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Irã aumentou o ritmo da produção de urânio enriquecido, diz AIEA

10/06/2019 17h11

Viena, 10 jun (EFE).- O diretor da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Yukiya Amano, afirmou nesta segunda-feira que o Irã acelerou o ritmo de produção de urânio enriquecido nos últimos dias e se mostrou preocupado com a crescente tensão que cerca o acordo nuclear assinado pelo país.

"O ritmo de produção (de urânio enriquecido) aumentou, de acordo com as nossas últimas medições", disse Amano em entrevista coletiva em Viena, embora não tenha dado mais detalhes.

De acordo com o último relatório da AIEA sobre o Irã, o país se manteve até 31 de maio dentro dos níveis de enriquecimento (3,67%) e de reservas (300 quilos) permitidos pelo acordo nuclear (JCPOA, na sigla em inglês) assinado em 2015 com Estados Unidos, Rússia, China, França e Reino Unido e Alemanha.

Amano não especificou quando - se o atual ritmo acelerado de produção continuar - o Irã poderá superar esse limite estabelecido pelo acordo, já que havia oscilações na produção.

O diplomata japonês disse apenas que quando o limite for ultrapassado informará os países-membros da AIEA e eles decidirão, em função da situação, se convocarão uma reunião extraordinária para tratar a situação.

A AIEA tem a função de verificar o cumprimento do JCPOA, um acordo histórico que os EUA abandonaram no ano passado alegando que o pacto beneficiava o Irã e que o governo iraniano descumpria o espírito do pacto com o seu desenvolvimento de mísseis balísticos.

O JCPOA prevê a suspensão das sanções econômicas e diplomáticas ao Irã por mudanças em uma série de restrições ao programa nuclear civil e um sistema reforçado de inspeções internacionais.

Desde que saiu do acordo, há um ano, o governo americano endureceu as sanções econômicas e diplomáticas para os iranianos, enquanto Alemanha, França e Reino Unido criaram um mecanismo para proteger as vendas de petróleo e outros produtos das punições dos Estados Unidos.

O presidente do Irã, Hassan Rohani, anunciou no dia 8 de maio que o país deixará de respeitar alguns aspectos do pacto caso os demais países não consigam aliviar as sanções americanas em 60 dias. Amano demonstrou preocupação diante da crescente tensão em torno do acordo nuclear e pediu que as diferenças sejam resolvidas com o diálogo.

"Estou preocupado com o aumento das tensões pelo assunto nuclear iraniano. O JCPOE está sob tensão", disse.

O diplomata japonês ressaltou que o acordo representa uma "melhora significativa" no regime de inspeções nucleares ao Irã e solicitou a diminuição da tensão mediante o diálogo. EFE