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Antes de reunião no G20, Trump e Xi conversam sobre guerra comercial

19/06/2019 01h26

Pequim, 19 jun (EFE).- Os presidentes de China e Estados Unidos, Xi Jinping e Donald Trump, conversaram por telefone nesta terça-feira sobre a disputa tarifária entre os dois países e às vésperas do encontro que terão na próxima cúpula do G20, no final do mês.

A agência estatal de notícias chinesa "Xinhua" informou que Trump pediu para falar com Xi para lhe dizer que espera debater em profundidade os laços bilaterais e temas de "interesse mútuo", e que os EUA valorizam a cooperação econômica e comercial com a China.

O presidente americano, segundo a agência chinesa, disse que "o mundo inteiro espera que os Estados Unidos e a China cheguem a um acordo", e por isso confia que as equipes negociadoras continuem se comunicando para tentar encontrar uma forma de encerrar a disputa "o mais rápido possível".

Por sua vez, Xi não fez menção - ou pelo menos a "Xinhua" não a citou - a um possível acordo entre as duas potências, mas lembrou que as relações com os EUA passaram por "algumas dificuldades", algo que "não interessa a nenhuma das partes".

O presidente da China mostrou-se de acordo com que as rodadas de negociação continuem, e acrescentou que o conflito será resolvido com um "diálogo de igual para igual".

Xi frisou que o governo americano deveria "tratar as empresas chinesas de forma justa", em clara alusão ao veto que os EUA aplicaram à companhia Huawei, que se viu obrigada a cortar em US$ 30 bilhões as perspectivas de vendas para este ano e o próximo.

Em relação à reunião no G20, o líder chinês se disse disposto a se encontrar com Trump e pediu que os dois países colaborem para que o resultado da cúpula seja positivo, com o objetivo de "injetar confiança e vitalidade" nos mercados globais, que monitoram muito de perto a situação entre Pequim e Washington.

Após a conversa, Trump escreveu no Twitter: "Tive uma boa conversa por telefone com o presidente Xi. Teremos uma longa reunião na semana que vem no G20, no Japão. Nossas equipes começarão a negociar antes do nosso encontro".

Apesar dos sinais que indicavam que um acordo estava próximo, as partes se distanciaram em maio, e a situação se agravou depois que Trump cumpriu a ameaça de elevar as tarifas a produtos chineses - Pequim respondeu de forma similar - e a de que os EUA vetariam a Huawei para se defender de uma suposta ameaça à segurança nacional. EFE