UE e Mercosul fecham acordo comercial após 20 anos de negociação
Bruxelas, 28 jun (EFE).- A União Europeia (UE) e o Mercosul (Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai) conseguiram pactuar nesta sexta-feira um acordo de livre-comércio após 20 anos de negociação, segundo informou o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker.
"O acordo comercial com o Mercosul está pronto! Um momento histórico. No meio das tensões comerciais internacionais, estamos enviando um sinal potente de que apoiamos o comércio baseado em normas", escreveu Juncker em sua conta no Twitter.
O presidente da Comissão acrescentou que se trata do maior "acordo comercial" que a UE fechou em sua história e considerou que é um resultado "positivo" para o meio ambiente e os consumidores.
"Hoje alcançamos um acordo histórico entre Mercosul e UE! Um marco que encerra um processo negociador de 20 anos e complementa as ações que viemos trabalhando para conseguir um maior e melhor acesso ao mundo", afirmou também no Twitter a secretária de Comércio Exterior da Argentina, Marisa Bircher.
Em comunicado, o Executivo comunitário explicou que o novo acordo comercial "consolidará uma associação estratégica política e econômica e criará oportunidades significativas para o crescimento sustentável de ambos lados".
A nota acrescenta que a UE é "o primeiro grande parceiro" que alcança um pacto com o Mercosul e explica que o acordo abrangerá 780 milhões de pessoas.
Além disso, destaca que o acordo contém os "maiores padrões" de segurança alimentar e proteção dos consumidores, assim como princípios relativos aos direitos trabalhistas e ao meio ambiente, incluindo a implementação do Acordo do Clima de Paris.
"Por meio deste acordo, os países do Mercosul decidiram abrir seus mercados à UE. Obviamente, essas são notícias geniais para as empresas, trabalhadores e economias de ambos lados do Atlântico", declarou Juncker.
O pacto fará as empresas europeias economizarem 4 bilhões de euros ao ano em tarifas, o que o transforma no maior acordo comercial que a UE já fechou na sua história, segundo indicou Juncker.
A UE e o Mercosul iniciaram na semana passada uma nova rodada de negociações técnicas em Bruxelas para tentar avançar o suficiente nos assuntos pendentes para convocar uma reunião em nível político, depois que o presidente Jair Bolsonaro assegurou no início de junho que um acordo comercial entre os blocos era iminente.
Nesta quarta-feira começaram esses encontros políticos, quando o vice-presidente da Comissão Europeia para o Crescimento, Jyrki Katainen, e os comissários europeus de Comércio, Cecilia Malmström, e de Agricultura, Phil Hogan, "receberam os ministros do Mercosul para um jantar durante o qual fizeram um balanço do trabalho realizado pelas equipes negociadoras nos últimos dias", indicaram então à Efe fontes comunitárias europeias.
Pela parte do Mercosul participaram do jantar o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, e seus homólogos da Argentina, Jorge Faurie; do Paraguai, Luis Alberto Castiglioni; e do Uruguai, Rodolfo Nin Novoa.
As negociações para um amplo acordo de associação - baseado na cooperação, no diálogo político e no livre-comércio - entre a UE e o Mercosul se iniciaram em Buenos Aires em abril de 2000 e, desde então, foram realizadas mais de 30 rodadas de conversas. EFE
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