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Coreia do Sul ergue cidade de mentira para impulsionar carro autopilotado

08/07/2019 10h00

K-City Waseong (Coreia do Sul), 8 jul (EFE).- Bem-vindos a K-City! Para conceber como será a mobilidade do futuro com carros automáticos, a Coreia do Sul inaugurou uma cidade piloto para testar diversos protótipos que aproveita, além disso, a grande divulgação com que a tecnologia 5G já conta no país asiático.

Esta minicidade construída em Hwaseong, a cerca de 40 quilômetros de Seul, tem colégio, estação de bombeiros, correios, supermercados e, como quase qualquer grande cidade sul-coreana, uma infinidade de cafés e lojas de autosserviço 24 horas, embora neste caso estejam vazias.

K-City é o maior ambiente de testes para carros autopilotados do mundo, destacou o diretor-geral da Autoridade de Segurança para o Transporte da Coreia (KOTRA), Ryu Do-jeung.

Ryu acrescentou que "como campo de testes é o único do mundo com um serviço perfeito de 4G e 5G", a tecnologia de comunicação móvel de nova geração que funciona desde abril na Coreia do Sul, primeiro país do mundo a ter uma rede nacional operacional.

"E o mais importante é que está aberto ao público, portanto todos, de pequenas e médias empresas a universidades, podem fazer testes de graça até o final de 2020. Esta é a grande aposta do governo sul-coreano para o setor dos veículos autoconduzidos", comentou o diretor da KOTRA.

Em comparação com outros países como Estados Unidos e Japão, a Coreia do Sul chegou mais tarde ao desenvolvimento de veículos com piloto automático, mas este investimento - só a construção da K-City custou US$ 11 milhões - e a hiperconectividade estão ajudando a colocar o país na linha de frente.

Os 360 mil metros quadrados da K-City são divididos em ambientes como estrada, via urbana e suburbana, estacionamento, cabine de pedágio e túnel.

Todos eles são passíveis de modificação para testar tecnologias como o reconhecimento de imagem e a V2X (acrônimo em inglês de Vehicle-to-everything), que neste caso pode aproveitar a rede 5G plenamente operacional na cidade piloto sul-coreana.

Mais de 30 entidades já fizeram testes em algum dos 25 cenários que até o momento foram recriados no circuito desde que foi completado, em dezembro de 2018.

"Penso que em cinco a dez anos a condução automática pode ser possível", contou Jeong Chang-young, que faz doutorado no Instituto de Ciência e Tecnologia Avançada da Coreia (KAIST) e treina para uma competição que inclui provas como parar ao detectar pedestres cruzando a via ou acessar uma estrada em que já estão circulando outros carros.

"Mas o mais importante é a segurança, e atualmente não podemos garantir que um destes carros percorra muita distância sem causar um acidente. Por isso, temos que certificar essa segurança e acredito que nesse período conseguiremos fazer isso", acrescentou Jeong.

Chega a hora de testar um dos veículos que foram já avaliados com sucesso nesta falsa minicidade, um sedã equipado com dois radares e duas câmaras.

Após arrancar, a pessoa ao volante ativa o piloto automático e o automóvel segue sozinho e faz uma curva.

Uma etapa mais difícil ainda é adicionada ao teste: o motorista sai do veículo, pressiona um comando a distância e em poucos segundos o automóvel volta a andar sem ninguém ao volante.

O carro faz uma curva para a esquerda seguindo perfeitamente o traçado da calçada, reduz ao avistar uma placa e para automaticamente ao detectar um semáforo vermelho antes de retomar o caminho quando a luz fica verde. EFE