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Economista sugere ao Paraguai olhar contexto regional em negociação de Itaipu

12/07/2019 19h51

Assunção, 12 jul (EFE).- O economista americano Jeffrey Sachs, um dos assessores do governo do Paraguai, recomendou nesta sexta-feira que o presidente Mario Abdo Benítez leve em consideração o contexto regional de consumo de energia e a demanda que o país poderá ter na hora de renegociar com o Brasil o Tratado de Itaipu, que regulamenta a gestão da usina hidrelétrica compartilhada pelos dois países.

Os dois países estão se preparando para a renegociação do Anexo C do acordo, que vence no ano de 2023 e obriga o Paraguai a vender ao Brasil o excedente de 50% da energia gerada pela usina hidrelétrica a preço de custo.

A negociação do documento foi um dos pontos abordados pelo economista nesta sexta-feira em reunião em Assunção com Abdo Benítez e seu gabinete de ministros, informou o Ministério da Fazenda do Paraguai em comunicado.

Sachs aconselhou que o governo paraguaio leve em conta que o mercado regional, do qual fazem parte países como Chile, Argentina e Uruguai, está se desenvolvendo, por isso é necessário analisar sua dinâmica para preparar o acordo.

Nesse sentido, o assessor prevê que será estabelecida no futuro uma política energética regional entre os países do Mercosul, como resultado de uma interconexão de seus sistemas energéticos.

"Tudo isso terá que ser estudado minuciosamente e, com base nisso, elaborar uma estratégia", disse no comunicado o economista americano, que já colaborou com outros governos da América Latina.

Além disso, Sachs evidenciou que o Paraguai deve fazer uma análise sobre as possibilidades de uso de energia no país, como o desenvolvimento dos transportes elétricos e de novos setores industriais.

O Paraguai está atualmente implementando medidas para melhorar sua infraestrutura energética, como a construção de duas linhas de transmissão de 500 kV a partir de Itaipu, que serão financiadas com um empréstimo de US$ 170 milhões, concedido pela Corporação Andina de Fomento (CAF), o banco de desenvolvimento da América Latina.

Até o momento, o Paraguai só contava com uma linha de 500 kV para transmitir toda a energia da usina hidrelétrica, que fica no leste do país, até o restante do território.

Sachs já elaborou um estudo em 2012 sobre o uso que o Paraguai deveria fazer da energia de Itaipu e atualmente também assessora o governo em outras matérias, como saúde, educação e infraestrutura. EFE