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Trump pede que Congresso ratifique T-MEC antes que eleições se aproximem

12/07/2019 19h32

Washington, 12 jul (EFE).- O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pediu nesta sexta-feira ao Congresso para ratificar o quanto antes o acordo comercial assinado com México e Canadá para substituir o Tratado de Livre-Comércio da América do Norte (Nafta).

"De parte dos cidadãos leais e que trabalham duro neste país, peço ao Congresso que aprove o T-MEC e o envie ao meu escritório imediatamente para sanção", disse Trump em discurso para trabalhadores de Lockheed Martin em Milwaukee, no estado do Wisconsin.

Trump ainda avaliou que a proximidade das eleições presidenciais do ano que vem tornará a ratificação do acordo ainda mais difícil. "Não deveríamos jogar esse jogo. A cada dia que esperamos, (o acordo) se torna mais político porque estamos nos aproximando das eleições", ressaltou.

O presidente americano afirmou que o acordo merece apoio bipartidário e que o Congresso não deveria perder tempo com sua "caça às bruxas", termo utilizado por ele para se referir às investigações que seguem em andamento em um comitê da Câmara dos Representantes sobre a interferência da Rússia nas eleições de 2016.

Estados Unidos, México e Canadá assinaram em dezembro o texto do T-MEC, acordo negociado durante meses para substituir o Nafta, em vigor desde 1994. Só os mexicanos ratificaram o tratado, após votação realizada há cerca de um mês.

A Casa Branca quer que o Congresso americano vote o acordo ainda neste ano. Para isso, o governo pretende enviar o texto do T-MEC ao Capitólio até setembro.

No entanto, a Câmara dos Representantes é controlada pela oposição democrata. A líder da casa, Nancy Pelosi, já mostrou reservas às questões relativas a direitos trabalhistas e salários incluídas no tratado. A oposição também critica a abordagem dada aos assuntos ambientais e os benefícios dados a grandes empresas farmacêuticas.

Os principais pré-candidatos à presidência do Partido Democrata também já se manifestaram contra o acordo, o que complica as chances de aprová-lo após o início das primárias, em fevereiro.

"No meu governo não haverá nenhum acordo comercial assinado a não ser que ele proteja os trabalhadores americanos e nosso meio ambiente", afirmou a senadora democrata Kamala Harris, que vem crescendo nas pesquisas, em entrevista ao site "Politico".

O ex-vice-presidente americano Joe Biden também disse que gostaria de modificar o tratado, e a senadora Elizabeth Warren afirmou que o pacto parece "beneficiar enormemente a indústria farmacêutica, com poucas garantias de implementação de direitos trabalhistas".

Trump, porém, rebateu as críticas, descreveu o acordo como "moderno e de última geração, e defendeu que ele inclui as proteções mais fortes para os trabalhadores americanos já implementadas em um tratado comercial. EFE