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Santander quer ser facilitador de pequenas empresas no acordo Mercosul-UE

23/07/2019 17h53

São Paulo, 23 jul (EFE).- O Santander Brasil quer contar com 1 milhão de pequenas e médias empresas como clientes no país e transformar-se em um facilitador dos negócios delas a partir da entrada em vigor do acordo comercial entre Mercosul e União Europeia (UE).

A estratégia foi anunciada pelo presidente-executivo do Santander Brasil e responsável pelos negócios do banco espanhol no Cone Sul, Sergio Rial, em entrevista coletiva na qual comentou os resultados da instituição financeira no primeiro trimestre deste ano.

"Sonho em chegar aos 10 milhões de clientes do Prospera. No Brasil, temos 350 mil e gostaríamos de chegar a 1 milhão", afirmou o executivo ao se referir à divisão para microfinanças e crédito a empreendedores do Santander.

Rial explicou que o Santander pretende construir uma sólida base financeira para empreendedores nos países do Cone Sul, assim como expandir as operações com cartões e com e-commerce, promovendo o Prospera na região.

Para o executivo, o fato de o Santander ser o principal banco privado de microcrédito no Brasil pode ajudar a potencializar o papel da instituição como facilitadora dos negócios das pequenas empresas sul-americanas após o acordo de livre-comércio com a UE.

"É um avanço porque introduz o Brasil nas economias mundiais globais", afirmou Rial sobre o acordo entre Mercosul e UE.

"O Santander quer ser facilitador desse acordo, que não é um acordo para as grandes empresas, mas sim para as médias e pequenas empresas", acrescentou o executivo.

Rial destacou que, apesar do crescimento lento da economia brasileira nos últimos anos, o Santander Brasil conseguiu elevar seu lucro líquido no primeiro semestre de 2019 em 21% graças ao aumento da carteira de crédito acima da própria taxa de crescimento do crédito no Brasil.

"Conseguimos um crescimento claro com rentabilidade, apesar de uma economia relativamente anêmica", disse.

A principal subsidiária do Santander no exterior obteve no primeiro semestre um lucro líquido de R$ 7,12 bilhão, alta de 21% em relação ao mesmo período de 2018.

De acordo com o balanço divulgado nesta terça-feira, a carteira de crédito do banco em junho era de R$ 317,6 bilhões, com crescimento de 9,3% frente ao mesmo mês do ano passado.

O aumento dos empréstimos permitiu ao Santander elevar sua participação no mercado de crédito para 9,5% em maio. No mesmo mês do ano passado, a fatia do banco espanhol era de 9,1%.

Rial considera que esse crescimento poderá ser maior quando a economia brasileira finalmente se recuperar da crise.

"O Brasil tem todas as oportunidades de entrar em um ritmo de crescimento muito melhor que o dos últimos três anos", analisou.

Segundo o executivo, para que a economia do Brasil se recupere é necessário principalmente "equilíbrio fiscal". "As pessoas se deram conta que se as contas públicas não fecham, os investimentos em saúde e educação são afetadas", explicou.

Nesse sentido, Rial elogiou a reforma da previdência proposta pelo governo de Jair Bolsonaro, aprovada em primeiro turno no início deste mês pela Câmara dos Deputados.

O presidente-executivo do Santander Brasil também avaliou que, para incentivar o crescimento da economia do país, é preciso aprovar medidas que facilitem a vida do empreendedor, como a redução da burocracia e a reforma tributária.

"Mas o urgente é a reativação do emprego. (_) O desemprego está em um número muito grande. É preciso criar incentivos para que as empresas voltem a contratar. Também é preciso consolidar as normas da reforma trabalhista que o Congresso aprovou em 2017 e que flexibiliza as contratações", disse. EFE