Preso hacker que teve acesso aos dados de milhões de clientes do Capital One

Washington, 30 jul (EFE).- O banco americano Capital One reconheceu na segunda-feira que hackers acessaram os dados de quase 100 milhões de pedidos de cartão de crédito de seus clientes.

Em comunicado paralelo, o Departamento de Justiça dos Estados Unidos informou que o FBI prendeu em Seattle (Estado de Washington) o suposto autor do furto, identificado como Paige A. Thompson.

Ele é acusado de fraude e abuso informático - crime que acarreta até cinco anos de prisão - e comparecerá diante a um juiz na próxima quinta-feira, que decidirá se deve ou não estabelecer uma fiança.

"Estou grato que o autor tenha sido preso e lamento profundamente o que aconteceu. Eu sinceramente peço desculpas pela compreensível preocupação que este incidente deve estar causando aos afetados e eu me comprometo a consertá-lo", disse em comunicado o CEO do Capital One, Richard D. Fairbank.

De acordo com o banco com sede em McLean (Virgínia), Thompson acessou os dados de cerca de 100 milhões de pessoas nos Estados Unidos e outras seis no Canadá que solicitaram um cartão de crédito entre 2005 e 2019.

Na grande maioria dos casos, são dados pessoais, como nomes, endereços, números de telefone, datas de nascimento ou renda, além de histórico de crédito.

No entanto, Thompson também obteve os números da Previdência Social de 140 mil pessoas nos EUA e 1 milhão no Canadá.

Também obteve números de conta bancária de 80 mil pessoas, conforme reconhecido pela entidade.

No comunicado, a Capital One estima que esse roubo lhe custará entre US$ 100 e 150 milhões entre advogados, segurança cibernética e serviços bancários aos afetados.

De acordo com documentos judiciais, foi Thompson quem informou o roubo através da plataforma de desenvolvimento colaborativo GitHub.

Um usuário do GitHub alertou no último dia 17 a Capital One da possibilidade de ter sofrido um roubo. O banco, por sua vez, levou o caso ao FBI dois dias depois.

O banco Capital One é a 10ª maior instituição financeira dos Estados Unidos, com ativos de US$ 373,6 bilhões. EFE