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Serviços compensam baixas vendas de iPhones nos resultados do 3º tri da Apple

30/07/2019 21h15

San Francisco (EUA), 30 jul (EFE).- A estratégia da Apple de apostar na oferta de serviços aos usuários de seus dispositivos começou a surtir efeito, compensando uma tendência de queda na venda de iPhones que se manteve nos resultados trimestrais divulgados pela empresa nesta terça-feira.

A Apple faturou no terceiro trimestre do ano fiscal de 2019, que vai de abril a junho, US$ 53,8 bilhões, uma leve alta na comparação com os US$ 53,2 bilhões do mesmo período anterior. Já o lucro líquido foi de US$ 10 bilhões, queda ante aos US$ 11,5 bilhões obtidos pela empresa no penúltimo trimestre fiscal de 2018.

Os números batem com as projeções feitas anteriormente pela empresa, que já previa, assim como o mercado, vendas mais tímidas de iPhones em relação ao ano passado. Com a comercialização de seu principal produto, a Apple faturou US$ 25,9 bilhões, um recuo de 10,9% em relação ao período entre abril e junho de 2018.

No entanto, outros segmentos compensaram a queda. O setor de serviços, por exemplo, que inclui a App Store, o Apple Music e o serviço de armazenamento na nuvem iCloud, teve faturamento de US$ 11,4 bilhões, alta de 12,8% em relação ao terceiro trimestre de 2018, um recorde para a empresa.

Já a divisão de Vestíveis, Casa e Acessórios, que reúne as vendas de Apple Watches, HomePods e EarPods, teve um faturamento 48,6% maior em relação ao mesmo período do ano passado, chegando a US$ 5,5 bilhões. As receitas com as vendas de Macs e iPads também cresceram, para US$ 5,8 bilhões (11,5%) e US$ 5 bilhões (8,6%), respectivamente.

"Este foi nosso maior trimestre de junho - puxado pelo receita recorde dos Serviços, pelo crescimento acelerado dos vestíveis, pelo forte desempenho do iPad e do Mac e por uma melhora significativa nas tendências do iPhone", disse o executivo-chefe da Apple, Tim Cook, em comunicado.

"Esses resultados são promissores em todos os nossos segmentos geográficos e estamos confiantes com o que está por vir", continuou Cook.

A aposta da Apple no setor de serviços veio em 2018, quando especialistas já viam sinais claros de que o mercado mundial de celulares estava perto da saturação, o que afetaria a venda de iPhones, carro-chefe da empresa desde seu lançamento há 12 anos.

Além do bom desempenho nos serviços, outro motivo de esperança para Apple vem da "Grande China" (que inclui Taiwan). Os resultados divulgados hoje mostram uma desaceleração na queda das vendas na região, que ficaram em 4,1% neste trimestre na comparação com o mesmo período do ano passado.

A "Grande China" representa para Apple um mercado quase tão grande como a Europa e era até pouco tempo uma das áreas de maior crescimento da empresa.

A situação mudou em 2018 pela pressão das fabricantes asiáticas, que passaram a oferecer produtos de maior qualidade, pela desaceleração da economia chinesa e pelas guerra comercial promovida por Donald Trump.

A Apple também divulgou hoje que o Apple Card será lançado em agosto. O cartão de crédito, com versões física e digital que não cobrará qualquer taxa dos usuários, foi apresentado em março, criado em parceria com o banco Goldman Sachs.

Os resultados da Apple foram bem avaliados pelos analistas. Nas operações após o fechamento do pregão na Bolsa de Valores de Nova York, os papéis da empresa subiam 4,18%, avaliados em US$ 217,58.

Caso o ritmo se mantenha amanhã, o valor de mercado da Apple voltará a bater a barreira do US$ 1 trilhão. EFE