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Macri e Fernández conversam por telefone para tentar tranquilizar mercado

14/08/2019 16h25

Buenos Aires, 14 ago (EFE).- O presidente da Argentina, Mauricio Macri, confirmou que conversou nesta quarta-feira com Alberto Fernández, candidato pela coalizão Frente de Todos, após a reação ruim do mercado financeiro aos resultados das eleições primárias do país que apontaram uma ampla vitória da oposição.

"(Ele) mostrou vocação de tentar levar tranquilidade ao mercado a respeito dos riscos de uma eventual alternância no poder e ficamos de manter uma linha aberta direta entre os dois", escreveu Macri em postagem publicada no Twitter.

O presidente destacou a postura colaborativa de Fernández, que após a ampla vitória nas primárias, tornou-se o principal favorito a vencer as eleições presidenciais de outubro.

"Ele se comprometeu a colaborar em tudo o que for possível para que esse processo eleitoral, e a incerteza que ele gera, afete menos o possível à economia dos argentinos", disse Macri.

A conversa foi uma tentativa dos dois principais candidatos à presidência do país de acalmar o mercado financeiro. Desde as eleições, o peso argentino despencou em relação ao dólar e o risco-país disparou, atingindo níveis recordes desde o início do governo Macri.

A volatilidade também atingiu o índice Merval, o principal da Bolsa de Comércio de Buenos Aires, que caiu 37,93% na segunda-feira e se recuperou ontem, avançando 10,22%. Hoje, no meio-pregão, o Merval operava em baixa de quase 3%.

Além do diálogo com a oposição, Macri anunciou mais cedo um pacote de medidas econômicas que incluem, entre outras coisas, um reajuste no valor do salário mínimo e o congelamento dos preços dos combustíveis por 90 dias.

Ao anunciar o pacote, o presidente da Argentina assumiu os erros que provocaram o resultado das eleições e disse estar aberto a dialogar com outras lideranças políticas, sugerindo até se reunir com alguns de seus opositores.

Apesar de ter conversado com Macri por telefone, Fernández descartou qualquer encontro com o presidente. Para ele, uma reunião seria perda de tempo.

"Não faz sentido nos reunirmos, porque não vamos nos colocar em acordo. Não quero ser cúmplice das suas decisões. Por que então à Argentina que opção restará se todos pensarmos a mesma coisa? Acho que ele está tomando estas medidas tardiamente", opinou Fernández em declarações à rádio "El Destape". EFE