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Alberto Fernández considera "razoável" cotação do dólar a 60 pesos argentinos

15/08/2019 16h12

Buenos Aires, 15 ago (EFE).- O candidato presidencial peronista, Alberto Fernández, opinou nesta quinta-feira que a cotação do dólar a 60 pesos argentinos é "razoável", e que o governo de Mauricio Macri deveria "preservar as reservas" do país nos próximos meses.

"Assim como disse que o dólar estava em um valor fictício (quando estava a 45 pesos), digo que o dólar está em um valor razoável e não podemos que deixar que escape mais, temos que conseguir a presevação das reservas", afirmou Fernández em entrevista à "Radio Mitre" nesta manhã.

O candidato da coalizão opositora Frente de Todos, que tem a ex-presidente Cristina Fernández como vice, é o favorito para as eleições gerais, após ter vencido as primárias no domingo passado.

Fernández falou por telefone com Macri na tarde de terça-feira. Nessa conversa, ambos concordaram em "levar tranquilidade aos mercados", que desde segunda-feira abalam a economia do país com a forte desvalorização do peso, a queda da bolsa e um alto risco-país.

Após a conversa entre o líder da oposição e o atual presidente, a manhã desta quinta-feira começou com indicadores positivos: o dólar caiu 5 pesos, dos 63 do fechamento anterior para 59; a bolsa continua com os leves aumentos que começaram na quarta-feira; e o risco-país caiu de 1.946 pontos básicos para 1.752, ainda em números muito altos.

"Temos que preservar as reservas, peço o presidente do Banco Central seja escutado. O último relatório do Fundo é que o cálculo para dezembro eram reservas líquidas de US$ 11 bilhões, e isso me preocupou muito: neste processo, poderia significar uma deterioração maior", disse Fernández sobre a política econômica que, segundo ele, Macri deveria priorizar.

O peronista afirmou que a Frente de Todos precisa ter "maturidade e sabedoria" para continuar firme. Questionado se vê um receio dos investidores em relação à sua possível vitória eleitoral, o candidato, interpelou os próprios mercados.

"Eu digo aos mercados que venho para buscar algo novo. Não venho para fundar a Argentina nem para restabelecer um sistema do passado, porque eu fui crítico em relação a esse sistema do passado", argumentou.

Fernández garantiu que, se for presidente, usará "o bom" do kirchnerismo que governou entre 2003 e 2015 e "o que tiver sido bom" durante o governo de Macri, de tendência liberal, para "tentar ver" como a Argentina seguirá em frente. EFE