Mais de 30% dos economistas nos EUA temem recessão até 2021
Cerca de 34% dos economistas dos Estados Unidos temem que aconteça uma possível recessão econômica até 2021, segundo uma pesquisa divulgada hoje pela Associação Nacional de Economia Empresarial (Nabe, na sigla em inglês).
O dado representa um aumento considerável em relação ao mês de fevereiro, quando a opinião de 25% era que uma forte desaceleração levaria a economia do país a uma recessão em 2021.
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No entanto, para 38% dos entrevistados, a queda na economia começará já em 2020. Há seis meses, essa era a intuição de 42% dos economistas consultados.
De acordo com a pesquisa da Nabe, menos economistas consideram provável uma recessão no próximo ano graças à decisão do Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) de reduzir as taxas de juros em 0,25%, até a categoria de 2% e 2,25% na última reunião, no final de julho.
Esse foi o primeiro corte do preço do dinheiro nos EUA em mais de uma década, já que o anterior aconteceu logo depois da aguda crise financeira dos finais de 2008.
O levantamento também mostra que quase a metade dos entrevistados supõe que o Fed voltará a diminuir as taxas de juros pelo menos mais uma vez neste ano.
Os dados divulgados pela associação empresarial foram divulgados dias após os mercados financeiros nos EUA cambalearem na semana passada, ao registrarem uma "curva invertida" nos títulos da dívida pública do Estado. Esta inversão da curva do rendimento da dívida pública a curto e longo prazo gerou preocupação entre os investidores.
Vários especialistas apontaram a atual guerra comercial entre EUA e China como um dos principais motivos desta falta de confiança, mas o presidente Donald Trump criticou a atuação do Fed para manter a estabilidade econômica.
"O nosso problema é com o Fed. Subiram (as taxas de juros) demais e rápido demais. Agora, foram lentos demais para a redução. Outros países estão agradecendo ao desorientado Jay Powell (presidente do banco central americano) e ao Fed", criticou Trump pelo Twitter na quarta-feira passada, após serem ativados os alarmes de uma possível recessão econômica futura.
Em relação às críticas de Trump, quase todos os economistas entrevistados na pesquisa defenderam a importância da independência do banco central.