Agricultores do Paraguai exigem fim de contrabando de tomates
Assunção, 22 ago (EFE).- Centenas de produtores paraguaios foram às ruas de Assunção nesta quinta-feira para exigir do governo o combate ao contrabando de tomates da Argentina e do Brasil, que acusam de causar graves perdas ao setor na atual época de colheita.
Mais de 500 agricultores amanheceram na esplanada da Catedral Metropolitana e de lá foram até a base do Comando da Marinha, responsável pelo controle fronteiriço no Rio Paraguai.
O presidente da União Nacional de Produtores Hortifrutícolas do Paraguai, Francisco Daniel Meza, explicou à Agência Efe que atualmente há 300 mil quilos de tomate apodrecendo, sem conseguir comercializar, por causa da entrada ilegal de produtos agrícolas no país.
"O problema que temos é não poder comercializar nosso produto. Estão permitindo a invasão ao nosso país de produtos de contrabando, especialmente de hortifrúti porque nossas autoridades não fazem nada", afirmou Meza.
O líder sindical responsabilizou o comandante da Marinha do Paraguai pelo problema e o acusou de permitir a passagem de cargas ilegais vindas de Clorinda e Formosa, ambas na Argentina.
Os produtores paraguaios recebem 1.500 guaranis (R$ 1) para cada quilo de tomate. Eles são vendidos pelos intermediários por até 5.000 guaranis (R$ 3,20) para os supermercados, e o consumidor final chega a pagar até 9.000 guaranis (R$ 6) por eles.
Os produtores, organizados em dois grupos nos departamentos de Caaguazú, Cordilheira, Central, Alto Paraná e Itapúa, colhem 65 mil toneladas de tomate por ano, o suficiente para cobrir toda a demanda interna.
"Há um consumo diário de 250 mil quilos no nosso país (e) nós não vendemos, essa demanda é coberta com produtos de contrabando", disse o presidente da União Nacional de Produtores Hortifrutícolas do Paraguai.
Meza ainda destacou que os bloqueios de estradas como medida de protesto continuarão se não houver medidas contra a entrada ilegal de tomates.
Desde a semana passada, produtores de Caaguazú realizam bloqueios na Ruta 2, a metade de trajeto entre Assunção e Cidade del Este, na fronteira com o Brasil, exigindo ações do Ministério de Agricultura contra o contrabando, encorajado pelas variações cambiais na Argentina e no Brasil.
Paralelamente à manifestações dos produtores, o governo autorizou nesta quinta-feira feiras a realização de várias feiras em praças públicas de Assunção, como medida para estimular a venda de tomates, que reuniram centenas de pessoas no centro da capital. EFE
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