China cita "negociações tranquilas" para resolver guerra comercial com os EUA
Pequim, 26 ago (EFE).- A China se "opõe firmemente a uma intensificação da guerra comercial" que mantém com os Estados Unidos e prefere "negociações tranquilas", segundo disse o líder negociador do país asiático, o vice-primeiro-ministro chinês Liu He, informou nesta segunda-feira o jornal de Hong Kong "South China Morning Post".
Durante um discurso por causa de uma exposição em Chongqing (no centro da China), Liu mostrou disposição em solucionar a disputa comercial com os EUA "mediante negociações tranquilas. Nos opomos totalmente à intensificação da guerra comercial, que não é benéfica nem para os Estados Unidos, nem para a China, nem para o mundo".
Liu respondeu assim hoje ao anúncio de Washington na sexta-feira sobre a intenção de aumentar as tarifas de 25% a 30% sobre US$ 250 bilhões em produtos chineses a partir de 1 de outubro, e de 10% a 15% sobre US$ 300 bilhões a partir de 1 de setembro.
Este aumento americano forçou, por sua vez, um anúncio de Pequim na sexta-feira sobre aumentar de 5% para 10% as tarifas sobre US$ 75 bilhões em produtos americanos.
"Nos opomos com força aos bloqueios tecnológicos e ao protecionismo - acrescentou Liu. Trabalharemos duro para manter as nossas cadeias industriais intactas".
Desde o Ministério das Relações Exteriores da China, o porta-voz Geng Shuang pediu hoje a Washington que deixe de se comportar "impulsivamente" e de "acossar" e disse que, caso contrário, Pequim terá que seguir tomando medidas para "salvaguardar seus legítimos interesses e direitos".
"A última rodada tarifária não relaxa as tensões e nem é a maneira de resolver os problemas. Pedimos aos EUA que recapacite e que crie condições para manter consultas sob a premissa da igualdade e do respeito mútuo", indicou Geng.
Sobre o comentário do presidente dos EUA, Donal Trump, de que poderia ordenar às empresas americanas que abandonem suas atividades no país asiático, Geng afirmou que tal afirmação não é mais que "um slogan político" e que "seriam os EUA que sofreriam", dado que companhias de outros países "ocupariam seus lugares".
Segundo o porta-voz, forçar o desacoplamento das economias da China e dos EUA suporia "uma ameaça contra a cadeia de indústria global" e "criará o caos nos mercados financeiros internacionais".
Enquanto isso, desde a cúpula do G7 em Biarritz (França), Trump anunciou nesta segunda-feira que seu Governo recebeu um comunicado das autoridades chinesas dizendo que estão dispostas a voltar à mesa de negociações para falar do acordo comercial.
"A China entrou em contato com nossos responsáveis comerciais e pediu para voltar à mesa... É um acontecimento muito positivo para todo o mundo", assegurou Trump.
Desde o começo do ano passado, a China e os Estados Unidos estão envolvidos em uma guerra comercial que atingiu boa parte do comércio mundial. EFE
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