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Alemanha defende acordo UE-Mercosul em meio a críticas por fogos na Amazônia

28/08/2019 12h57

Berlim, 28 ago (EFE).- O governo da Alemanha defendeu o acordo comercial entre União Europeia (UE) e Mercosul nesta quarta-feira, após as críticas que relacionam os incêndios na Amazônia a este tratado, que facilita o acesso da carne bovina latino-americana ao bloco europeu.

O porta-voz do governo alemão, Steffen Seibert, ressaltou em encontro rotineiro com a imprensa que o acordo de livre-comércio assinado entre ambos os blocos tem um "ambicioso" capítulo ambiental, ao qual Berlim dá um "significado extremamente alto".

Segundo Seibert, esse trecho estabelece "altos padrões" e exige de forma "vinculativa" que todos os signatários adotem as medidas necessárias para cumprir "efetivamente" o Acordo de Paris para limitar o aquecimento global.

O governo alemão observará "com exatidão" para ver se o Brasil cumpre as cláusulas ambientais do tratado comercial assinado recentemente, após duas décadas de negociações.

A Alemanha reafirmou esta postura após vozes da oposição e da sociedade civil argumentarem que os incêndios na Amazônia brasileira estão ligados a interesses do setor pecuário, que supostamente busca ampliar as suas instalações para atender à nova demanda europeia, motivo pelo qual os críticos denunciam o acordo.

Seibert garantiu a Alemanha está disposta a contribuir na medida de suas capacidades para acabar com os incêndios na Amazônia, como antecipou a chanceler, Angela Merkel, na cúpula de líderes do G7 realizada no fim de semana passado na cidade de Biarritz, na França.

O principal agora é apagar o fogo, afirmou o porta-voz, que esclareceu que o governo alemão ainda não recebeu solicitações de concretas de quantias para contribuir com as tarefas de extinção dos incêndios. EFE