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Irã confirma que embarcação sancionada pelos EUA já descarregou seu petróleo

09/09/2019 09h31

Teerã, 9 set (EFE).- O petroleiro iraniano "Adrian Darya 1", sancionado pelos Estados Unidos, já descarregou os seus 2,1 milhões de barris de petróleo no litoral do Mar Mediterrâneo, comunicou o Ministério das Relações Exteriores do Irã, que não revelou o país de recepção.

A embarcação descarregou "apesar das medidas de assédio", referindo-se aos pedidos de prisão por parte dos Estados Unidos, e o proprietário do navio "decidirá sobre seu futuro", explicou o porta-voz do Ministério, Abbas Mousavi, à agência oficial "IRNA".

Mousavi não indicou o local exato da descarga, mas há poucos dias o petroleiro estava em frente à costa síria, a cerca de 90 quilômetros do porto de Tartus, e havia desligado seu transponder.

Este navio, que antes chamado de "Grace 1", foi detido no início de julho pela Marinha britânica, em Gibraltar, por conta das suspeitas de que transportava petróleo para a Síria, um país sujeito a sanções europeias.

Foi liberado no mês passado, depois que as autoridades iranianas garantiram seu destino não era a Síria, apesar das pressões americanas para que continuasse retido alegando que os Guardiães da Revolução Islâmica (IRGC) lucram com a venda dessa carga.

Já na última quarta-feira, Washington anunciou que tinha oferecido uma recompensa de até US$ 15 milhões ao capitão do "Adrian Darya 1" para que ele aproximasse o navio de qualquer país que estivesse disposto a confiscá-lo.

Nesse sentido, Abbas Mousavi denunciou que as medidas dos EUA são contrárias às normas internacionais de navegação e "não terão efeito" nas políticas do Irã.

"Nós já anunciamos que, de qualquer maneira, venderemos nosso petróleo", disse o porta-voz.

A captura do então "Grace 1" em Gibraltar desencadeou uma crise diplomática entre Londres e Teerã, agravada quando em meados de julho, os Guardiães da Revolução Islâmica capturaram no estreito de Ormuz o petroleiro de bandeira britânica, "Stena Impero".

As autoridades iranianas acusaram "Stena Impero" de violar as regras de navegação, algo que Londres e sua transportadora negam.

Sobre este navio, o porta-voz afirmou que seu caso se encontra nos "últimos procedimentos legais" e expressou sua esperança que  "seja liberado em um futuro próximo".

Sete membros da tripulação "Stena Impero", composta por 23 marinheiros, foram libertados no último dia 4, num primeiro passo para resolver esta crise que aumentou a tensão no Golfo Pérsico. EFE