IPCA
0,83 Abr.2024
Topo

Santander considera que ainda tem muito espaço para crescer no Brasil

08/10/2019 17h49

São Paulo, 8 out (EFE).- O Banco Santander considera que ainda tem muito espaço para crescer no Brasil, não só pela baixa taxa de bancarização da população, mas também pela grande demanda de alguns segmentos que o próprio setor bancário ignorou.

A avaliação foi feita pelo presidente-executivo do Santander Brasil e responsável pelos negócios da entidade em todo o Cone Sul, Sérgio Rial, em um discurso para cerca de 150 investidores, em grande parte estrangeiros e que foram convidados para participar do Investor Day da instituição, nesta terça-feira, em São Paulo.

"Há espaço de crescimento rentável no Brasil, um espaço que o mercado não prestou atenção", afirmou o executivo, ao citar segmentos como o crédito para a compra de automóveis, onde o Santander Brasil poderá aumentar sua participação.

"No crédito imobiliário também estamos apenas começando. Há muita margem de crescimento", acrescentou.

O Santander Brasil é a principal subsidiária do Santander fora da Espanha e responsável por grande parte do lucro mundial da instituição. Além de ser o quarto maior banco de capital aberto do Brasil em ativos, conta com uma participação de 9,5% no mercado de créditos.

"Tivemos quatro anos de crescimento inteligente e rentável", afirmou Rial ao se referir à consolidação que o Santander conseguiu no Brasil nos últimos anos e que permitiu à ao banco aumentar sua participação no mercado de forma orgânica e sem novas aquisições.

"E o ano de 2020 será de inflexão do sistema financeiro brasileiro, já que haverá uma orientação estratégica", acrescentou.

Rial afirmou ainda que uma dessas orientações é se concentrar na captação de clientes da população de baixa e média rendas do país, que conta com uma baixa taxa de bancarização.

Segundo o executivo, 90% da população brasileira são das classes C, D e E, que são as que menos usam os serviços financeiros por não terem acesso aos mesmos.

Uma das ferramentas utilizadas para captar esses clientes é o Prospera, um produto através do qual o Santander Brasil oferece créditos a pequenos e micro empreendedores.

Até a metade deste ano, o Santander contava com 350 mil clientes do Prospera, o que o transforma no banco privado com maior participação neste segmento. No entanto, a meta do banco é alcançar cerca de 1 milhão de clientes até o final de 2019.

Segundo Rial, o mercado de créditos ainda deve crescer muito no Brasil, já que a taxa básica de juros caiu para o menor nível histórico, e a tendência é de que continue baixa por um longo prazo. Em setembro, o Banco Central reduziu a Selic em 0,5 ponto percentual, para 5,5% anual, em uma tentativa de reaquecer a economia, que cresce em ritmo lento desde a severa recessão de 2015 e 2016.

O mercado financeiro espera que o órgão emissor continue reduzindo os juros pelo menos até dezembro, já que a inflação do país está sob controle, e o crescimento econômico continua bastante lento.

No discurso, Rial disse ainda que os setores que mais se beneficiarão no Brasil com o acordo de livre-comércio alcançado entre o Mercosul e a União Europeia são os de açúcar e etanol, ressaltando que "poderão exportar à Europa sem tarifas". EFE