Pequenas unidades econômicas respondem por 70% dos empregos no mundo, diz OIT
Genebra, 10 out (EFE).- Sete de cada dez empregos existentes em cerca de 100 países são autogerados ou criados por micro e pequenas empresas, as chamadas "pequenas unidades econômicas", revelou nesta quinta-feira a Organização Internacional do Trabalho (OIT).
"A conclusão à qual chegamos confirma que as políticas e os programas de criação e qualidade do emprego sobre produtividade empresarial e formalização devem focar mais nestas pequenas unidades econômicas", destacou a OIT em um relatório.
Também pela primeira vez, a OIT usou pesquisas nacionais feitas com consultas aos lares e à população ativa em vez de se basear em levantamentos realizados com as empresas, uma mudança que, segundo especialistas, dá um maior sentido de realidade às conclusões da organização.
O estudo também descobriu que 62% dos empregos nos 99 países analisados estão no setor informal, em que as condições trabalhistas tendem ser mais precárias. A taxa de informalidade varia bastante, sendo superior a 90% em países como Benin, Costa do Marfim e Madagascar, e inferior a 5% em Áustria, Bélgica, Brunei e Suíça.
Segundo o relatório, o percentual de empregos gerados por "pequenas unidades econômicas" tem grande variação dependendo do nível de renda per capita. Nos países em que a renda é maior, 58% dos postos de trabalho são criados por pequenas e médias empresas. Nos de renda mais baixa, esse índice pode chegar a 100%.
Por regiões, a OIT afirmou que na categoria de países de baixa renda - a maior parte das nações da África e da Ásia meridional - o trabalho autônomo corresponde a 53% do total. Nos países de renda média, a maioria dos latino-americanos, a taxa varia entre 15% e 61%. Nos de alta renda, o índice despenca para 11%.
"Até onde sabemos, essa foi a primeira vez que a contribuição das chamadas pequenas unidades econômicas para o emprego foi calculada em termos comparativos para um grupo tão grande de países", disse Dragan Radic, chefe da Unidade de Pequenas e Médias Empresas da OIT.
As microempresas (que têm entre dois e nove funcionários) estão mais presentes nos países de renda baixa (37%) e média (22%). Segundo as conclusões da OIT, as pequenas empresas, com entre dez e 49 empregados, ganham mais importância na criação de postos de trabalho quanto mais desenvolvido é um país.
Já as médias e grandes empresas, com mais de 50 trabalhadores, têm mais relevância na geração de empregos nos países de renda média e alta, de acordo com as conclusões do relatório divulgado nesta quinta-feira.
Nos países mais pobres, a taxa de trabalhadores independentes, o que quase sempre significa condições de informalidade nessas economias, é cinco vezes mais elevada que nos países ricos.
Com os resultados, a OIT recomendou aos governos que criem entornos propícios para o desenvolvimento de micro e pequenas empresas em particular. Além disso, a organização sugeriu a ampliação do diálogo entre companhias desse porte e as autoridades. EFE
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