Relatório de 2014 já alertava para risco de queda da ponte de Gênova
Roma, 20 nov (EFE).- A Atlantia, empresa responsável por gerir a ponte Morandi, em Gênova, no noroeste da Itália, que caiu em 2018 e causou a morte de 43 pessoas, já sabia desde 2014 que a infraestrutura corria riscos de queda, segundo um documento encontrado nos registros da companhia.
Os diretores da concessionária e de sua filial Autoestrade per l'Italia, que geriam diretamente a manutenção da ponte, vinham negando até agora terem conhecimento do perigo, o que contradiz o atestado emitido pelo escritório de riscos da empresa.
Outros relatórios, encontrados no mesmo registro digital pela Guarda di Finanza a polícia fiscal local, mostram que de 2014 a 2016 a ponte de Morandi esteve em "risco de colapso", mas isso muda em 2017, quando se fala em "risco de perda de estabilidade", segundo o jornal "La Repubblica".
As primeiras obras de consolidação da ponte foram propostas apenas em fevereiro de 2018, com a previsão de que começariam no último trimestre desse ano, algo que não aconteceu porque a ponte caiu em 14 de agosto.
A revelação acontece na sequência da descoberta de outro documento, elaborado por consultores contratados pela Autostrade, que no último trimestre de 2017 tinha alertado a empresa para a deterioração de alguns materiais de infraestrutura e para a necessidade de uma avaliação.
O diretor da Autostrade em Gênova, Stefano Marigliani, garantiu em outubro de 2017 às autoridades municipais e às da região da Ligúria, região à qual a cidade pertence, que, nessa altura, a edificação não apresentava "qualquer problema estrutural".
O Ministério Público de Gênova iniciou uma investigação após o colapso para esclarecer as causas da tragédia, que agora chega a 73 investigados, incluindo gerentes e ex-gerentes da concessionária Atlantia e suas subsidiárias. EFE
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