Governo italiano começa a agir para suspender concessões da família Benetton
Roma, 1 jan (EFE).- O governo da Itália já iniciou os trabalhos para suspender as concessões da Autostrade per l'Italia, filial da Atlantia e controlada pela família Benetton, afirmou nesta quarta-feira o Movimento 5 Estrelas (M5S), que governa o país com outros partidos de esquerda.
"Estamos começando um caminho para algumas infraestruturas que nos permitirá revogar as concessões dos Benetton", comentou o líder do M5S e ministro das Relações Exteriores italiano, Luigi Di Maio, em mensagem divulgada nas redes sociais.
O partido de Di Maio acusa a Autostrade per l'Italia de ser a responsável pela queda de uma ponte em Gênova em agosto de 2018, acidente que causou 43 mortes. Por esse motivo, o chanceler pretende cancelar as concessões na ampla rede administrada pela empresa, que controla mais da metade das estradas italianas.
Para evitar que o Estado tenha que pagar uma indenização por retirar as concessões antes do tempo, o governo acaba de aprovar um decreto - que ainda precisa do aval do Parlamento - que reduz as multas para o caso de rescisão de contrato.
"Os que se escandalizam porque as ações da Atlantia caem na bolsa não se escandalizaram quando caiu a ponte de Morandi", declarou Di Maio.
O ministro negou que o cancelamento das concessões provocará demissões, e disse que reduzirá os benefícios da família Benetton porque "não fizeram o necessário para manter a ponte de pé". O M5S acusa a Autostrade per l'Italia de não realizar as verificações pertinentes para garantir o bom funcionamento da ponte.
A Procuradoria de Gênova, que investiga o ocorrido, encontrou indícios de fraude documental em relatórios sobre o mal estado de outras pontes do país.
Essas informações provocaram a demissão em setembro do ex-diretor executivo da Atlantia - e da Autostrade no momento do acidente - Giovanni Castellucci.
O M5S aumenta o tom contra a empresa italiana nas últimas semanas porque, entre outros fatores, no dia 26 de janeiro serão realizadas as eleições regionais de Emilia-Romana, que servirão para comprovar a confiança dos eleitores. EFE
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