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Escassez de GLP afeta 1,7 milhão de cubanos; governo culpa sanções dos EUA

16/01/2020 16h10

Havana, 15 jan (EFE).- A redução das importações de gás liquefeito de petróleo (GLP) para uso doméstico em Cuba está afetando a vida de mais de 1,7 milhão de pessoas no país.

Segundo a estatal União Cuba-Petróleo (Cupet), o déficit de GLP, que seria provocado pelo aumento das sanções aplicadas ao país pelos Estados Unidos, obrigou a empresa a modificar o ciclo de distribuição do produto, que atende 872 mil clientes de maneira regular e outros 830 mil de forma liberada.

O chefe do setor de Combustíveis Domésticos da Cupet, Lucilo Sánchez, afirmou que, devido às dificuldades de importação, a empresa será obrigada a adotar "mais limitações" para atender aos consumidores, tanto do setor estatal como não estatal. Algumas companhias privadas, inclusive, devem ser afetadas pela medida.

Sánchez prometeu que a população e instituições do estado que forneçam serviços públicos aos cubanos serão priorizados na hora da distribuição do GLP por parte da Cupet.

Cuba busca novos fornecedores de GLP na Europa para substituir as importações planejadas para o fim de dezembro e o início de janeiro. Segundo o governo do país, empresas contratadas pela Corporación Panamericana, que pertence à administração da ilha, se negaram a realizar as entregas depois das novas sanções dos EUA.

A distribuição de botijões de gás é a mais comprometida, segundo o funcionário da Cupet, que explicou que Cuba só consegue produzir o suficiente para atender a 20% da demanda. Por outro lado, os consumidores de gás manufaturado, processado a partir das jazidas de petróleo existentes na ilha, não estão sendo afetados pela escassez.

A produção cubana de petróleo cobre aproximadamente 48% da demanda energética do país. Além disso, a ilha produz 97% do gás natural usado para gerar energia elétrica e para o consumo doméstico em Havana.

Em comunicado divulgado no início da semana, a Cupet culpou as novas sanções impostas pelos EUA pelo problema. Segundo a nota, as medidas do governo americano visam impedir a chegada de combustíveis à ilha e afetam a Corporación Panamericana, criada na década de 1990 para fazer a importação do GLP.

Cuba já havia atravessado uma crise energética em setembro do ano passado depois de ter deixado de receber petróleo devido às sanções dos EUA ao país e à Venezuela, principal fornecedor do governo de Miguel Díaz-Canel, que é acusado pela Casa Branca de dar apoio incondicional ao regime de Nicolás Maduro. EFE

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