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Chanceler de Portugal diz que suspensão da TAP na Venezuela não é aceitável

18/02/2020 15h30

Lisboa, 18 fev (EFE).- O ministro das Relações Exteriores de Portugal, Augusto Santos da Silva, contestou nesta quarta-feira a suspensão imposta pelo governo da Venezuela às operações da companhia aérea TAP e garantiu esperar que o assunto se resolva pela via diplomática.

"Não considero aceitável, inclusive, porque não foi feita nenhuma investigação, não foi apresentada nenhuma prova que pudesse ser analisada objetivamente. Nem mesmo foi dada a companhia aérea o direito de apresentar seus argumentos", afirmou o titular da pasta, à emissora portuguesa "TSF".

A TAP, cujo maior acionista é o governo de Portugal, teve suspensas as operações durante 90 dias por Nicolás Maduro, após a abertura de uma investigação pela suposta entrada de explosivos em um voo da companhia.

Estão sendo avaliadas supostas falhas na segurança do voo TP173, que fez a rota de Lisboa para Caracas, realizado uma semana atrás, em que viajava o líder da oposição, Juan Guiadó, e o tio dele Juan José Márquez.

O governo venezuelano disse no mesmo dia que o tio de Guaidó, que foi preso, transportou explosivos sintéticos no avião, além de coletes à prova de balas não declarados e um plano redigido em inglês para cometer atentados no país.

O chanceler de Portugal respondeu nesta terça-feira garantindo que nada que possa ter acontecido com a TAP justifica a suspensão da companhia.

Santos Silva explicou que Portugal usará todos os meios diplomáticos que dispõe para enfrentar a situação, que afirma prejudicar venezuelanos e também a população lusa que vive no país sul-americano.

"A TAP é uma das poucas companhias internacionais que faz voos regulares para Caracas", lembrou o ministro.