Trudeau cogita dar nacionalidade a trabalhadores estrangeiros temporários
"Sabemos que há muitos problemas com as condições de vida, que os trabalhadores estão ligados a determinadas empresas e problemas com as normas trabalhistas. Também podemos olhar para formas de obter a cidadania, que pode dar mais direitos aos trabalhadores", disse o primeiro-ministro em sua entrevista coletiva diária.
"Grande parte da nossa produção agrícola no Canadá depende de trabalhadores estrangeiros sazonais. Devemos sempre usar os tempos de crise para refletir sobre as mudanças no sistema e torná-lo melhor para os canadenses, mas também para as pessoas que vêm aqui e garantem que tenhamos comida", completou o premiê.
A declaração de Trudeau é uma reação à morte de dois trabalhadores mexicanos do setor agrícola no Canadá, ambos de Covid-19, e à propagação do novo coronavírus nas fazendas.
Durante o fim de semana, organizações que defendem os direitos dos trabalhadores estrangeiros sazonais no Canadá organizaram protestos para denunciar as más condições de moradia e trabalho de pessoas que chegam de países como México, Guatemala e Honduras e para exigir que recebam residência permanente.
A situação é tão grave que as autoridades mexicanas decidiram suspender temporariamente a ida de cerca de 5 mil trabalhadores sazonais destinados a fazendas canadenses.
Durante a coletiva, Trudeau reconheceu a gravidade da situação e revelou que havia discutido a questão com o presidente do México, Andrés Manuel López Obrador.
"Falei com o presidente Lopez Obrador há apenas dois dias e discutimos esse assunto. Manifestei minha simpatia e condolências às famílias dos trabalhadores mexicanos que morreram no Canadá. Como país, estamos preocupados com o que aconteceu e vamos nos certificar de que sabemos o que aconteceu e que mantemos todos os trabalhadores seguros", afirmou o primeiro-ministro.
O programa de mão de obra estrangeira temporária do Canadá, que a cada ano importa dezenas de milhares de trabalhadores do México, da América Central e do Caribe, exige que os essas pessoas só possam permanecer no país se forem contratados pela mesma empresa que obteve sua permissão, o que os ativistas dizem permitir que eles sejam explorados por seus empregadores.
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