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Opep cumpre com mas de 90% do corte recorde de 9,7 milhões de barris

17/06/2020 16h43

Viena, 17 jun (EFE).- Os países da aliança Opep+, que participam do acordo histórico para reduzir a produção de petróleo em 9,7 milhões de barris diários (mdb), cumpriram no primeiro mês mais de 90% da meta estipulada.

Os dados foram divulgados nesta quarta-feira pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), em informe mensal.

Segundo a entidade, os 23 países que integram a aliança - 13 da Opep e dez aliados, entre eles a Rússia -, reduziram a produção conjuntamente em 8,84 mbd.

"O grande cumprimento dos ajustes voluntários de produção dos dez países que não estão na Opep garantiu uma queda na produção de petróleo de mais de 2,59 mbd em maio, enquanto a Opep cortou 6,25 mbd", aponta o relatório.

No primeiro momento, o mercado havia se mostrado cético quando a adesão ao acordo, cujo objetivo principal era frear a forte queda dos preços provocada pela pandemia da Covid-19, a doença causada pelo novo coronavírus.

Ao mesmo tempo, a produção de outros concorrentes da aliança Opep+, sobretudo Estados Unidos e Canadá, também caiu em abril, em 2 milhões de barris diários, e em maio em 0,8 mbd.

A Opep+, que controla 60% do mercado mundial, entrou em acordo dois meses atrás para que em maio e junho fosse aplicado o corte de 9,7 mbd, o que representa 10% do bombeamento do planeta.

No último dia 6, a aliança decidiu manter a política de cortes até 31 de julho, enquanto revisa mensalmente o cumprimento do acordo e a situação do mercado.

A paralisação das atividades econômicas ao redor do mundo gerou uma drástica redução na demanda, que fez com que o petróleo chegasse a se desvalorizar em 75%, na comparação com a cotação no início de 2020.

No informe de hoje da Opep, analistas calcularam que a demanda pode cair em 9,1 milhões de barris diários, uma queda inédita, que deixará a média em 90,06 mbd ao longo de 2020.

A aplicação do histórico corte, contudo, teve resultados práticos, com preço de referência quase dobrando nas últimas semanas, chegando a aproximadamente US$ 40 por barril.

O acordo vigente prevê que a redução na produção passe para 7,7 mbd a partir de 1º de agosto; depois para 5,7 mbd, durante o período entre 1º de janeiro de 2021 e 30 de abril de 2022. EFE

ll/bg