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Trump anuncia sanções à China e encerra tratamento especial a Hong Kong

15/07/2020 00h12

Washington, 14 jul (EFE).- O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta terça-feira que assinou um decreto para encerrar o tratamento econômico e comercial especial concedido a Hong Kong, além de uma lei com a qual aplicará novas sanções à China por ter "extinguido a liberdade" da região.

"Assinei um decreto que põe fim ao tratamento especial dos EUA a Hong Kong. Agora, será tratada igual à China continental", inclusive na imposição de sanções, disse Trump em entrevista coletiva na Casa Branca.

"Eles não terão privilégios especiais, nenhum tratamento econômico especial, e não podem exportar tecnologias sensíveis para nós. Além disso, eles já sabem que colocamos tarifas maciças sobre a China", completou o chefe de governo, sugerindo que essas tarifas também serão aplicadas aos produtos de Hong Kong.

O decreto de Trump representa mais um passo à frente em relação a seu anúncio em maio, quando ordenou que o seu governo minimizasse o tratamento preferencial dado à região, um status que ajudou a tornar a ex-colônia britânica um centro financeiro global durante as duas últimas décadas.

A medida é parte da retaliação de Washington pela aprovação da polêmica lei de segurança nacional sobre Hong Kong, que tenta proibir qualquer ato de "subversão contra o governo central chinês" na área e que Trump vê como uma forma de oprimir o território.

"Hoje assinei uma lei que me dá novas e poderosas ferramentas para responsabilizar os indivíduos e entidades envolvidos na extinção da liberdade de Hong Kong", declarou.

O presidente se referia à Lei da Autonomia de Hong Kong, recentemente aprovado pelo Congresso, que permite ao governo americano impor sanções contra indivíduos e bancos estrangeiros que contribuíram para a suposta erosão da autonomia do território semiautônomo.

"(Hong Kong) Não será mais capaz de competir com os mercados livres. Suspeito que muitas pessoas vão deixar Hong Kong, e teremos mais negócios (nos Estados Unidos) por causa disso, porque acabamos de perder um grande concorrente", opinou.

O anúncio do Trump veio horas depois que a China anunciou sanções contra a empresa de armas Lockheed Martin, sediada nos EUA, e em meio à escalada das tensões com Pequim sobre Hong Kong, a pandemia da Covid-19 e outras questões.

A entrevista coletiva rapidamente se transformou em um longo comício, no qual o presidente, que provavelmente tentará a reeleição em novembro deste ano, comentou uma a uma as promessas eleitorais do pré-candidato do Partido Democrata, o ex-vice-presidente Joe Biden.

Segundo Trump, o entorno de Biden vem sendo um presente para os chineses e, caso ele chegue ao poder, aplicará uma ideologia única com relação à Venezuela e abrirá as fronteiras dos EUA a criminosos com políticas de imigração frouxas. "Todas as pessoas da América do Sul vão entrar aqui, todas as pessoas de todos os países vão entrar aqui", advertiu, com um tom apocalíptico.