Japão exclui Tóquio de campanha de turismo devido a casos de coronavírus
Após críticas crescentes das autoridades regionais, o governo liderado por Shinzo Abe optou pela alteração em sua iniciativa destinada a reativar o setor turístico nacional, castigado por restrições que dificultam a chegada de visitantes estrangeiros.
O painel de especialistas da área da saúde que aconselham a equipe de Abe se disse a favor da campanha 'Go To Travel' sem incluir Tóquio, afirmou o ministro dos Transporte e Turismo, Kazuyoshi Akaba, em entrevista coletiva.
Segundo o ministro, a decisão foi tomada levando em conta que na capital o número de infecções é alto e representa até quase metade do total do país. "A primeira prioridade do governo é tomar medidas contra o coronavírus", frisou.
Hoje, pelo segundo dia consecutivo, Tóquio registrou um novo recorde no número de infecções diárias pelo vírus SARS-CoV-2, com 293 casos, sete a mais que na véspera, confirmados por autoridades municipais. Isso eleva o número de pessoas infectadas na região para 8.933.
Das 46 prefeituras restantes, apenas uma, Osaka, tem mais de 2 mil infecções, enquanto a maioria foi poupada dos efeitos da pandemia, com menos de 200 contágios cada. Em todo o Japão, o número é de 23.658 casos, 623 deles confirmados ontem, o número mais alto em três meses.
Ao se referir ao novo surto, a governadora de Tóquio, Yuriko Koike, declarou em entrevista coletiva que 70% dos novos infectados nas últimas 24 horas são pessoas entre 20 e 39 anos de idade. As autoridades da capital têm alertado sobre os riscos crescentes apresentados por espaços de vida noturna em áreas muito concorridas da cidade, e como eles estão afetando os jovens porque não estão tomando as devidas precauções.
A campanha Go To Travel, que será lançada na próxima quarta-feira, consiste em descontos para residentes que viajam dentro do país, que podem chegar a 20 mil ienes (cerca de R$ 1 mil) por dia em despesas de viagem e hospedagem.
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