IPCA
0,83 Abr.2024
Topo

CaixaBank e Bankia aprovam fusão que criará maior banco da Espanha

18/09/2020 13h51

Madri/Barcelona (Espanha), 17 set (EFE).- Os conselhos administrativos do CaixaBank e do Bankia aprovaram nesta quinta-feira a fusão entre as duas instituições financeiras, que resultará no maior banco da Espanha e o décimo maior da Europa, com ativos superiores a 664 bilhões de euros.

O novo banco, que terá sede na cidade de Valência, utilizará como única marca a do CaixaBank, cujo CEO, Gonzalo Gortázar, vai comandá-lo ao lado do atual presidente do Bankia, José Ignacio Goirigolzarri.

Os detalhes do acordo deverão ser revelados nesta sexta-feira, durante uma entrevista coletiva em Valência que contará cm a participação das direções do CaixaBank e do Bankia.

Para ser concretizada, a fusão deverá receber ainda a autorização dos órgãos públicos de regulação, além de ser votada pelas respectivas direções de acionistas dos dois bancos.

MAIOR FUSÃO DE BANCOS NA HISTÓRIA RECENTE DA ESPANHA.

O caminho que o CaixaBank e o Bankia começaram a trilhar nesta quinta-feira é o processo de fusão de maior envergadura do setor bancário espanhol nas últimas décadas e ocorre em um momento complicado devido à baixa rentabilidade das entidades financeiras e à crise causada pela Covid-19, que deve causar um aumento da inadimplência.

O gigante que surgirá da fusão terá cerca de 664 bilhões de euros em ativos (445,6 bilhões do CaixaBank e 218,45 bilhões do Bankia), de acordo com os dados correspondentes ao primeiro semestre de 2020 apresentados pelas duas empresas.

A união entre o CaixaBank e o Bankia fará com que o setor tenha três grandes protagonistas na Espanha: a nova entidade que manterá o nome CaixaBank; o Santander e o BBVA.

Atualmente, o CaixaBank conta com 35.589 funcionários e 4.460 agências, e o Bankia, com 15.947 e 2.267, respectivamente.

É possível que o processo de fusão inclua demissões e o fechamento de agências. Embora não exista nenhuma informação oficial a respeito, algumas fontes do setor acreditam que 7.500 trabalhadores podem ser dispensados.

Também foi aprovado nesta quinta-feira o conselho administrativo do novo banco, que será formado por 15 membros, 10 deles independentes, dois executivos - Gonzalo Gortázar e José Ignacio Goirigolzarri - e outros três representantes dos principais acionistas. A CriteriaCaixa, holding que administra o patrimônio da Fundacão La Caixa, escolherá dois deles, e o Fundo de Reestruturação Ordenada Bancária (FROB), representando o Estado espanhol, nomeará o terceiro.

O FROB é o maior acionista do Bankia, com 61,81% do capital, como consequência da particição do governo no resgate à companhia durante a crise bancária de 2012.

Apesar de a sede do novo banco estar localizada em Valência - cidade onde fica o escritório central do CaixaBank desde 2017 -, as bases operacionais e os serviços centrais ficarão distribuídos entre Barcelona e Madri.

Com a fusão, o Bankia desaparecerá como marca e colocará um ponto final a uma década de história, período no qual enfrentou momentos difíceis, como a entrada na bolsa de valores, um escândalo de corrupção e uma operação de ajuda estatal em 2012.

Na ocasião, Goirigolzarri propôs um plano de recuperação do banco que levou a Espanha a pedir o apoio dos demais membros da União Europeia para que fossem injetados mais de 22,4 bilhões de euros.

Por isso, o banco resultante da fusão entre Bankia e CaixaBank terá como particularidade o fato de ter o Estado espanhol como segundo maior acionista por tempo indeterminado. EFE

jd-mje/apc/id