Universidade libanesa contrata Carlos Ghosn para formar jovens empresários
O presidente da USEK, o padre Talal Hachem, apresentou o projeto durante uma entrevista coletiva com Ghosn, durante a qual elogiou o executivo pela longa carreira de sucesso e conhecimentos na área de negócios, além de ter se referido a ele "mágico" e "agente de transformação".
O brasileiro, que também possui cidadania francesa e libanesa, chegou ao Líbano em dezembro do ano passado após fugir do Japão, onde está sendo processado, acusado de sonegação e fraude fiscal.
O Ministério Público de Nanterre, nos arredores de Paris, abriu dois processos, um para investigar transferências de recursos da Nissan para um de seus distribuidores em Omã, que podem ter favorecido o executivo, e outro para apurar o pagamento das despesas do casamento de Ghosn, realizado no Palácio de Versalhes, em de outubro de 2016.
"Ninguém pode dizer que o Sr. Carlos Ghosn não obteve grande sucesso e não vou deixar que outros de fora do Líbano tirem proveito dessa experiência. Queremos usar esse conhecimento no Líbano e que nossos alunos tenham acesso a ele. Temos um departamento de direito na universidade e ensinamos a 'presunção de inocência', por isso não podemos contradizer o que pregamos", acrescentou Hachem.
GHOSN QUER AJUDAR.
O programa de formação da USEK é destinado a estudantes e pessoas já formadas que possuem novas ideias e projetos para apoiar o Líbano em diferentes âmbitos, e será liderado por um comitê presidido por Ghosn, que será o responsável por aconselhar e orientar empresários sobre oportunidades de negócios e investimentos.
"Desde o início eu disse que não me envolveria em política, mas, para quem precisa de mim, na minha área, estou à disposição. O padre Talal entrou em contato comigo e eu ofereci minha ajuda", disse Ghosn durante a entrevista coletiva desta terça-feira.
No entanto, o executivo não quis responder a perguntas sobre sua situação jurídica: "Hoje a conferência é sobre o programa de estudos e a USEK", disse ele.
"Sou empresário. Hoje, o tempo que tenho quero dedicar ao Líbano e à sociedade. Esse é o melhor trabalho que alguém pode ter", destacou Ghosn, que defendeu a "confiança" como única saída para a crise econômica, social, política e sanitária que o país enfrenta, agravada pela pandemia do novo coronavírus e pelas consequências da devastadora explosão no porto de Beirute, em 4 de agosto, que deixou mais de 190 mortos na capital do país e desencadeou violentos protestos contra o governo local. EFE
amo-jlp/apc/vnm
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