Maduro admite que Venezuela perdeu 99% de receita em divisas em 6 anos
Caracas, 29 set (EFE).- O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, admitiu nesta terça-feira que o país perdeu quase todos os seus ganhos em divisas desde 2014, o que ele atribuiu às sanções impostas pelos Estados Unidos.
"Em seus anos, perdemos 99% do volume de receita em moeda estrangeira. Ou seja, para cada 100 dólares ou euros que o país obteve com a venda de petróleo em 2014, hoje obtém menos de um", declarou o chefe de governo ao apresentar uma "lei antibloqueio" à Assembleia Constituinte, um órgão formado apenas por Chavistas e que assumiu as funções do Parlamento.
O governo do país vizinho normalmente não divulga dados oficiais sobre a economia. Segundo o presidente, o Estado venezuelano registrou uma queda "gigantesca" nos números de receita, de US$ 56 bilhões para menos de US$ 400 milhões no ano passado.
"Sem dúvida, é um terremoto para as próprias bases de toda a economia, o que teve como canal inicial a guerra declarada sobre os preços do petróleo. Mais tarde, quando os preços começaram uma relativa recuperação, passou então para a fase 2, o colapso, o bloqueio total e a perseguição total da economia e das finanças do país", considerou Maduro. "A taxa de declínio das receitas externas, desde 2015, é de US$ 30 bilhões por ano", completou.
Maduro acusou os EUA de adotarem uma "estratégia" de "perseguição financeira para asfixiar economicamente" as operações jurídico-políticas em tribunais estrangeiros" Também um "embargo econômico internacional de petróleo e produtos venezuelanos", bem como "sabotagem interna para provocar a destruição do equipamento industrial" da empresa estatal PDVSA.
Em relação à produção petrolífera venezuelana, ele disse que entre 2014 e 2019 ela caiu 66,5%. "Em 2019, geramos apenas um terço do petróleo que estávamos produzindo em 2014", comparou.
Em 1998, a Venezuela produziu cerca de 3,3 milhões de barris de petróleo por dia e, de acordo com diferentes fontes, hoje produz cerca de 400 mil. Contudo, o país vizinho não revela há meses o quanto de petróleo tem vendido nem a qual preço. EFE
gdl/dr
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