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Transporte aéreo global terá prejuízo de US$ 157,2 bilhões até 2021, diz IATA

24/11/2020 15h00

Genebra, 24 nov (EFE).- O transporte aéreo global terá neste ano um prejuízo líquido de US$ 118,5 bilhões e, mesmo que a situação melhore em 2021, deverá fechar o ano que vem no vermelho, com perdas de US$ 38,7 bilhões, antecipou nesta terça-feira a Associação Internacional de Transportes Aéreos (IATA, na sigla em inglês).

As perspectivas negativas para um dos setores mais atingidos pela pandemia do novo coronavírus, anunciadas na assembleia geral anual da IATA, pioram as previsões feitas em junho, quando a associação previu prejuízo líquido de US$ 84,3 bilhões para 2020 e de US$ 15,8 bilhões em 2021.

"A crise tem sido devastadora e imperdoável. As companhias aéreas reduziram os custos em 45,8%, mas a receita caiu 60,9%, e, como resultado, as companhias aéreas perderão US$ 66 por cada passageiro transportado neste ano", disse o diretor-geral da IATA, Alexandre de Juniac, que deixará o cargo em 2021.

No final de 2019, a IATA havia previsto que o setor cresceria 3,4% em 2020, em comparação com 3,1% daquele ano, mas não contava com a chegada de uma pandemia que deixou grande parte da frota global das companhias aéreas em terra durante meses (a demanda caiu 71% no segundo trimestre) e ameaça reduzir a força de trabalho dessas empresas em mais de 40% devido à crise.

A IATA, que reúne cerca de 300 companhias aéreas globais, prevê que o próximo ano terá um "primeiro semestre difícil" com melhorias no horizonte, acompanhado por um aumento da demanda com a reabertura de fronteiras e a disponibilidade de vacinas contra a Covid-19.

A esperada melhora no cenário permite que a associação aérea volte a prever lucros para o último trimestre de 2021, mas, para chegar a essa situação, De Juniac enfatizou que "as fronteiras precisam ser reabertas com segurança e sem quarentena para que as pessoas possam voar novamente".

Até 2020, a IATA estima que as companhias aéreas viram suas receitas caírem 61%, de US$ 838 bilhões em 2019 para US$ 328 bilhões neste ano. Para enfrentar a crise, o setor reduziu os custos em 55%, de US$ 795 bilhões no ano passado para US$ 430 bilhões.

"Os livros de história lembrarão 2020 como o pior ano financeiro para o setor", comentou De Juniac, ao admitir que se as companhias aéreas não tivessem recebido ajuda governamental, no total de US$ 173 bilhões, "teria havido falências em grande escala".

A IATA calcula que em 2020 o tráfego de passageiros terá caído 60,5% em relação ao ano anterior, de 4,5 bilhões em 2019 para 1,8 bilhão, trazendo o setor de volta a números de 17 anos atrás. EFE

abc/vnm