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OIT aponta que 25 milhões de pessoas estão perto da pobreza na Ásia-Pacífico

15/12/2020 15h16

Bangcoc, 15 dez (EFE).- Até 25 milhões de pessoas na Ásia-Pacífico correm o risco de cair na pobreza como resultado dos efeitos econômicos causados pela pandemia da Covid-19, segundo um relatório divulgado nesta terça-feira pela Organização Internacional do Trabalho (OIT).

Com este aumento, o organismo internacional coloca entre 94 e 98 milhões o número total de pessoas da região que podem viver com menos de US$ 1,9 (cerca de R$ 9,6) por dia.

O relatório destaca a redução de 15% nas horas de trabalho durante o segundo trimestre do ano, quando os países fecharam suas fronteiras e vários obrigaram seus cidadãos a permanecerem confinados em suas casas, o que resultou em um efeito "devastador" na queda dos rendimentos.

A crise econômica causada pela Covid-19 atingiu cerca de 81 milhões de empregos e todas as economias da Ásia-Pacífico, sem exceção, foram afetadas e registraram taxas de desemprego mais elevadas.

Entre aqueles que perderam seus empregos, destacam-se as mulheres e os jovens.

"Os baixos níveis de cobertura da segurança social e a limitada capacidade institucional em muitos países tornam difícil o apoio às empresas e a recuperação dos trabalhadores. Essa situação é ainda agravada pela existência de uma grande economia informal", disse Chihoko Asada Miyakawa, vice-diretora geral e regional da OIT para a Ásia-Pacífico.

Os especialistas da OIT destacaram em uma entrevista coletiva virtual que a recuperação econômica levará mais de dois anos e que eles ainda esperam outros efeitos adversos da pandemia.

O relatório enfatiza que a crise destaca ainda mais as desigualdades na região e acusa os governos de uma resposta fiscal "insuficiente", com ênfase especial nas economias em desenvolvimento.

"Dadas as evidências crescentes de que as políticas de emprego e proteção social salvam empregos e rendas, a esperança é que a crise gere mais investimento permanente e maior nos elementos necessários para aumentar a resiliência e promover um futuro de trabalho mais centrado nas pessoas", afirmou Sara Elder, economista da OIT para a Ásia-Pacífico e principal autora do relatório.