Telefônica Brasil negocia com investidor para estender rede de fibra ótica
"Vamos construir uma empresa que terá como objetivo a criação dessa rede independente e neutra", explicou o presidente da filial da companhia espanhola Telefónica, Christian Gebara, durante uma teleconferência com jornalistas em que abordou os resultados anuais da empresa.
A nova companhia terá três sócios. O fundo internacional mencionado terá 50% do controle, enquanto a outra metade será dividida por igual entre a Telefónica Infra, unidade de infraestrutura do grupo espanhol e pela Telefônica Brasil.
A subsidiária brasileira, que opera no país através da marca Vivo, oferecerá à "FIFBrasil" 1,6 milhão de residências conectadas com fibra, do total de 15,7 milhões com que encerrou o ano passado.
"Ao longo dos próximos quatro anos, o objetivo principal da nova companhia será construir mais rede de fibra ótica, partindo desses 1,6 milhão de domicílios cobertos ('homes passed') e chegando, em 2024, a pelo menos 5,5 milhões", conforme indicou Gebara.
A principal cliente dessa nova empresa "neutra e independente", será a Telefônica Brasil.
"A Vivo terá um acordo como cliente dessa empresa, para penetrar e ocupar parte dessa rede", explicou Gebara, que não deu mais detalhes sobre a operação, já que o processo de negociação é confidencial e ainda tem pontos em discussão.
O presidente da Telefônica Brasil garantiu que a criação da FIBrasil "aumentará ainda mais sua liderança no mundo da fibra".
De acordo com as informações apresentadas em balanço divulgado nesta terça-feira, a Telefônica Brasil teve lucro líquido de R$ 4,771 bilhões em 2020, o que representa uma queda de 4,6% na comparação com o ano anterior.
Considerando apenas o quarto trimestre do ano passado, o lucro líquido foi de R$ 1,293 bilhão, o que indica uma leve alta de 1,5% na comparação com o mesmo período de 2019.
Gebara afirmou que a evolução trimestre a trimestre foi positiva, apesar dos inconvenientes provocados pela pandemia da Covid-19, e reflete a "retomada da atividade econômica no país", que, segundo ele, já foi notada a partir do segundo semestre de 2020.
Nesse sentido, destacou que as receitas 'core', que englobam os negócios estratégicos de fibra, móvel e serviços digitais, já representam quase 90% do total, com crescimento de 3,2% no quarto trimestre do ano passado, enquanto em todo o ano, o aumento foi de 1,5% frente ao exercício anterior.
"A Vivo está em uma situação única. É líder no setor móvel, com recorde de cota de mercado (33,6%) e líder em rede de fibra, com a maior da América Latina", destacou o presidente da Telefônica Brasil.
Gebara acredita que, a partir desta associação com o investidor internacional, "poderão "chegar a mais de 24 milhões de domicílios" conectados com fibra em 2024.