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Kremlin afirma que suspensão de voos da UE se deveu a questões técnicas

28/05/2021 15h16

Moscou, 28 mai (EFE).- A suspensão de vários voos da União Europeia (UE) para a Rússia, que pretendiam evitar o espaço aéreo bielorrusso, se deveu a problemas técnicos e não teve motivações políticas, afirmou o Kremlin nesta sexta-feira.

"Estou convencido de que as autoridades aéreas fornecerão os esclarecimentos correspondentes, mas se trata de questões técnicas", disse o porta-voz presidencial russo, Dmitry Peskov, na sua coletiva de imprensa diária.

A imprensa russa informou nesta manhã que Moscou planeja permitir em breve a entrada de aviões europeus após a suspensão de voos da Air France e da Austrian Airlines, que pretendiam evitar o território de Belarus.

Nesta sexta, a Austrian Airlines confirmou que recebeu autorização das autoridades russas para voar o trajeto Viena-Moscou através de uma rota alternativa e sem sobrevoar Belarus.

Peskov destacou que existem pontos consensuados de entrada e saída de aviões no espaço aéreo de um país e, devido à situação em torno de Belarus, surgiram "dificuldades técnicas" que a Rússia pretende resolver o mais rápido possível.

"Um avião não pode entrar no espaço aéreo de um país em qualquer ponto. E os aviões das companhias que evitam Belarus pedem para entrar em pontos diferentes e não consensuais, daí que surgem os problemas", ressaltou o representante do Kremlin.

Peskov também descreveu a situação como "extraordinária" e disse esperar que isto não se repita.

Em um comunicado enviado à Agência Efe, a Agência Federal Russa para os Transportes Aéreos (Rosaviatsia) explicou que o atraso na emissão de autorizações de entrada na Rússia se deve a um grande número de pedidos das companhias aéreas que decidiram evitar o território bielorrusso e à necessidade de garantir a segurança aérea.

Ao mesmo tempo, acrescentou que no último dia as companhias aéreas russas fizeram 134 voos sobre Belarus, enquanto as companhias aéreas europeias fizeram 113 voos através de Belarus e 53 "por rotas alternativas".

O escândalo internacional eclodiu no último domingo após o desvio forçado para o aeroporto de Minsk de um voo da Ryanair, no qual estava o jornalista opositor Roman Protrasevich, por ordem do presidente bielorrusso Alexander Lukashenko Além da Air France e da Austrian Airlines, entre as companhias aéreas que decidiram evitar o espaço aéreo bielorusso estão Lufthansa, Swiss, Finnair, Iberia, Poland's LOT, Air Baltic, KLM e a própria Ryanair.

Além disso, a Ucrânia suspendeu todos os voos entre os dois países e proibiu suas companhias aéreas de atravessarem o espaço aéreo bielorrusso, ainda que o aeroporto de Kiev vá perder 10% de suas receitas com resultado da medida.

A bielorrussa Belavia, por sua vez, anunciou o cancelamento de voos para cerca de uma dúzia de países devido ao fechamento do espaço aéreo decretado pela UE para a companhia.

Nesta sexta-feira, Lukashenko irá encontrar-se com o presidente russo, Vladimir Putin, para abordar a situação criada em torno do incidente com o voo da Ryanair.