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Argentina afirma que negociação com FMI está centrada em prazos e taxas

29/05/2021 03h40

Buenos Aires, 28 mai (EFE).- O presidente da Argentina, Alberto Fernández, disse nesta sexta-feira que as negociações com o Fundo Monetário Internacional (FMI) para refinanciar dívidas de cerca de US$ 45 bilhões de dólares estão centradas nas condições de pagamento e nas taxas de juros.

"A discussão com o Fundo é sobre o prazo e as taxas", resumiu o presidente argentino em uma entrevista ao youtuber peronista Pedro Rosemblat postada hoje no canal de Alberto Fernandez no YouTube.

O chefe de Estado argentino explicou que o que ele propõe é alterar algumas regras do FMI que, em sua perspectiva, "deveriam ser revistas", tais como a aplicação de sobretaxas e prazos de pagamento impostos pela agência, dependendo do tipo de programa.

A Argentina está negociando desde o ano passado com o FMI o refinanciamento de dívidas de US$ 45,229 bilhões, sobre empréstimos originais de US$ 44,128 bilhões concedidos pelo Fundo através de um acordo assinado em 2018, durante o governo de Mauricio Macri (2015-2019), um endividamento que Fernandez questiona seriamente.

MENOS TAXAS E MAIS PRAZO.

Entre outros aspectos, o presidente argentino comentou que, quando um país contrai mais dívidas do que o permitido pela sua capacidade, o FMI obriga-o a pagar uma sobretaxa de juros.

"Se Macri não tivesse endividado o país como fez, teríamos pagado um ponto de tarifa. Estamos pagando três pontos porque excedemos nossa capacidade com o consentimento do Fundo", ressaltou.

Quanto aos prazos, Fernández recordou que as regras do FMI estabelecem que um país deve pagar sua dívida em três anos, no caso de acordos "stand by", e em dez anos, se for um acordo de facilidades estendidas, como o que a Argentina está negociando com a organização.

Neste sentido, a Argentina, que acumulou três anos de grave recessão agravada pela pandemia, pede que o prazo de pagamento seja superior a dez anos, algo que forçaria uma mudança nas regras da organização.

"Não estou pedindo reduções, estou dizendo que devem nos dar mais tempo. (...) O que queremos é garantir tempo para nosso país se recuperar e para que aqueles que já sofreram muito não sofram mais", completou Fernández.