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Salvadorenhos mostram desinteresse e rejeição ao bitcoin, dizem pesquisas

02/09/2021 21h44

San Salvador, 2 set (EFE).- A poucos dias de o bitcoin começar a circular como moeda oficial de El Salvador, junto ao dólar, a maioria dos salvadorenhos mostra desinteresse, rejeição e desconfiança em relação ao uso da criptomoeda, de acordo com duas pesquisas divulgadas nesta quinta-feira.

As pesquisas foram feitas pelo Instituto Universitário de Opinião Pública de Universidade Centro-Americana (Iudop) e pela LPG Datos, a unidade de pesquisa social do jornal "La Prensa Gráfica".

"Vamos que há uma grande rejeição à obrigatoriedade do uso do bitcoin, ao gasto do dinheiro público no bitcoin e na implementação desta moeda", disse o reitor da Universidade Centro-Americana (UCA), Andreu Oliva, durante a apresentação do estudo.

De acordo com este levantamento", 66,7% da população opinou que a Lei Bitcoin, aprovada em junho, deve ser derrubada, enquanto 65,2% discorda que o governo do presidente Nayib Bukele utilize recursos públicos para financiar a implementação do criptoativo.

A Assembleia Legislativa concedeu na terça-feira mais de US$ 200 milhões para um fideicomisso, um projeto "criptoamigável" e a entrega de um bônus para quem utilizar a carteira eletrônica do governo.

Este levantamento indica que 89,8% da população "tem uma ideia errada do que é o bitcoin", enquanto 82,8% mostra pouca ou nenhuma confiança na criptomoeda.

Bukele prometeu entregar, com recursos estatais, um bônus em bitcoin equivalente a US$ 30 a quem baixar a "Chivo Wallet", sem que o valor possa ser convertido para dólares.

Apesar deste "presente", o estudo indica que 78,3% da população está pouco ou nada interessada em baixar o aplicativo e que 71,2% prefere usar o dólar.

Já a pesquisa da LPG Datos calcula que 65% da população "desaprova o uso do bitcoin como moeda".

"Entre as razões para desaprovar a medida se destacam o desconhecimento para usar as criptomoedas, que não há informação suficiente, que não é segura, que há preferência pelo dólar, que propicia esquemas fraudulentos e que é instável, entre outros", diz a pesquisa.

Além disso, 72,2% dos entrevistados não estão dispostos a aceitar bitcoin como forma de pagamento e 76,6% "pensam que o mais conveniente para o país é que apenas uma moeda seja utilizada", o dólar, no caso.

O levantamento do Iudop tem uma amostra de 1.281 entrevistas, com margem de erro de 2,76% para mais ou para menos e um nível de confiança de 95%. A LPG entrevistou 1.506 pessoas, com margem de erro de 2,6% e um nível de confiança de 95%.

No dia 7 de setembro, El Salvador se tornará o primeiro país do mundo a utilizar o bitcoin como moeda de curso legal. EFE

hs/vnm