Cocaleiros que disputam comando de associação produtora entram em confronto
Duas alas dos produtores de coca identificadas como apoiadoras do partido governista Movimento ao Socialismo (MAS) e uma terceira, ligada ao líder opositor Armin Lluta, almejam a presidência da Associação Departamental de Produtores de Coca (Adepcoca).
No dia anterior, o dirigente Arnold Alanes proclamou-se o principal chefe da Adepcoca, apesar da rejeição dos cocaleiros liderados por Lluta.
Alanes disse à imprensa local na segunda-feira que sua presidência é legítima e garantiu que a Adepcoca será "despolitizada", apesar de seus críticos apontarem que ele é um apoiador do governo.
Ele conseguiu assumir o controle da sede da Adepcoca, onde também funciona o mercado legal para a comercialização de folhas de coca no povoado de Villa Fatima, em La Paz, com o apoio da polícia, que utilizou gás lacrimogêneo contra um grupo de produdores de coca do grupo de Lluta, que estava em vigília no local há meses.
Nadia Cruz, que ocupa interinamente a chefia da Defensoria do Povo, denunciou que o conflito havia deixado, na segunda-feira, três pessoas feridas e 17 presas, que mais tarde foram libertadas, e que o saldo desta terça-feira foi de quatro produtores de coca "com queimaduras, dois policiais feridos e dois jornalistas atingidos por gás lacrimogêneo".
Cruz também condenou "o uso indiscriminado de explosivos e de gás lacrimogêneo por parte de cocaleiros e policiais", o que afetou um hospital próximo ao local do conflito.
ORIGEM DO CONFLITO.
O conflito entre os cocaleiros de Yungas que apoiam ou se opõem ao MAS remonta a 2019, quando uma facção elegeu Elena Flores, que era apoiada pelo partido, o mesmo do atual presidente do país, Luis Arce, e do ex-presidente Evo Morales.
Um ano depois, um bloco de cocaleiros chegou à sede do mercado de coca em La Paz e elegeu Lluta como seu representante máximo, destituindo Flores, que em seguida entrou com um recurso na Justiça, que decidiu a seu favor.
O mercado da Adepcoca em La Paz e o mercado da cidade de Sacaba, no departamento de Cochabamba são os dois únicos reconhecidos por uma lei que rege o comércio de folhas de coca na Bolívia, onde elas têm usos tradicionais e medicinais, embora uma parte seja desviada para o tráfico de drogas, para a produção de cocaína. EFE
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