Possível redução de preço de energia para o Brasil gera polêmica no Paraguai
O Conselho de Administração de Itaipu, que se reunirá amanhã em Hernandarias, no sudeste do Paraguai, pode reduzir em breve a tarifa aplicada ao Brasil para a compra de energia, passando dos atuais US$ 54 por megawatt/hora para US$ 47, segundo os opositores.
"Se esses atos prejudiciais de traição forem cometidos, o Paraguai perderá mais uma vez na mesa de negociações. O Brasil vai impor suas exigências incondicionalmente, e em 2023 teremos pouco mais para negociar, porque ao Brasil convém o 'status quo", disse Kattya González, deputada do Partido do Encontro Nacional (PEN), de centro-esquerda.
Em pronunciamento no Congresso, González, que usava uma camisa do Paraguai coberta por outra, do Brasil, pediu aos que chamou de "entreguistas" para defender a "albirroja" (apelido da seleção paraguaia de futebol).
"Vão violentar mais uma vez as condições estabelecidas no Tratado de Foz do Iguaçu, onde se estabelece que a energia gerada em Itaipu (pelo Paraguai) deve ser comercializada a um preço justo", acrescentou a deputada.
Ao lado dela, o deputado do Parlasul (Parlamento do Mercosul) Ricardo Canese denunciou que o Paraguai poderia deixar de arrecadar US$ 168 milhões se essa redução tarifária for realizada. Ele alegou que, neste momento, seu país "já está fornecendo energia abaixo do custo real do preço de mercado".
Por sua vez, o diretor da parte do Paraguai de Itaipu, Manuel María Cáceres, afirmou em entrevista coletiva junto com o presidente da Administração Nacional de Eletricidade do país (Ande), Félix Sosa, que as negociações tarifárias continuam, e por isso o preço não será definido na sessão desta sexta-feira.
De acordo com ele, as conversas estão atualmente na fase técnica, e depois serão encaminhadas ao conselho de administração, para passarem por análise. Por esta razão, Cáceres ressaltou que a tarifa para 2022 não está prevista para ser debatida amanhã. EFE
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