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Presidente da estatal peruana de petróleo renuncia após 17 dias no cargo

26/01/2022 20h37

Lima, 26 jan (EFE).- O presidente da empresa estatal peruana Perupetro, Daniel Salaverry, renunciou "de forma irrevogável" a seu cargo nesta quarta-feira, apenas 17 dias depois de ter sido nomeado pelo presidente do Peru, Pedro Castillo.

Salaverry enviou uma carta a Castillo para informá-lo que estava renunciando para, segundo disse em sua conta no Twitter, impedir que sua nomeação fosse usada pelos oponentes do governo para continuar "gerando instabilidade política no país devido a seus interesses obscuros".

No último dia 9 de janeiro, Castillo nomeou Salaverry, político de centro-direita que foi um de seus rivais nas últimas eleições presidenciais, como o novo presidente da estatal encarregada de negociar, assinar e supervisionar as concessões dos campos de petróleo e gás do Peru.

No entanto, essa nomeação foi questionada pela oposição política e pela mídia local devido à sua falta de experiência em questões energéticas, conforme estabelecido pelo regulamento para nomeação dos membros do conselho de administração da Perupetro.

Até mesmo a Controladoria da República destacou que o ex-deputado não tinha os requisitos para ocupar o cargo e que o relatório legal de sua nomeação havia sido emitido dois dias após sua indicação formal.

Salaverry respondeu hoje que este relatório não é vinculativo e disse que sua nomeação foi feita de acordo com a lei e com os mesmos critérios que foram usados em outros governos para nomear funcionários de alto escalão.

O agora ex-funcionário, cuja candidatura presidencial pelo partido centrista Somos Peru obteve apenas 1,6% dos votos no primeiro turno, se reaproximou de Castillo depois que no segundo turno, em 6 de junho, o esquerdista venceu a disputa contra a direitista Keiko Fujimori por uma estreita margem de votos.

Embora se especulasse que poderia ser ministro no governo do presidente, Salaverry se distanciou de Castillo quando este formou um primeiro gabinete de esquerda radical, mas retomou a reaproximação assim que o governante nomeou ministros da esquerda moderada e centristas. EFE