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FMI prevê que guerra na Ucrânia vai agravar inflação na América Latina

Kristalina Georgieva, diretora-gerente do FMI - MIKE THEILER
Kristalina Georgieva, diretora-gerente do FMI Imagem: MIKE THEILER

Washington

10/03/2022 21h30

O Fundo Monetário Internacional (FMI) advertiu nesta quinta-feira que a invasão da Ucrânia pela Rússia vai agravar a situação inflacionária na América Latina devido à pressão que a guerra está gerando sobre os preços da energia, além de implicar riscos para o abastecimento da região.

Em uma reunião online com jornalistas, a diretora-gerente do FMI, Kristalina Georgieva, lembrou que a inflação em muitos países da América Latina já estava aumentando antes da ofensiva militar russa, devido à dificuldade de recuperação após a recessão causada pela pandemia de covid-19.

"E agora, além disso, há pressão sobre os preços da energia por causa da guerra", declarou ela.

Georgieva admitiu que alguns países latino-americanos exportadores de alimentos podem ver a guerra como uma oportunidade econômica para aumentar suas exportações diante da queda da concorrência russa e ucraniana, mas advertiu que mesmo para eles existem riscos.

A escassez de fertilizantes - dos quais Rússia e Belarus são grandes exportadores, enquanto o Brasil, por exemplo, é um dos maiores importadores - e a ruptura do sistema comercial global pode ser uma dificuldade que potencialmente elimina qualquer benefício.

Georgieva também citou a situação específica do Caribe, que continua aguardando uma recuperação total do turismo internacional à medida em que a pandemia de covid-19 diminui de intensidade, algo que agora pode levar ainda mais tempo devido à perda de poder aquisitivo no mundo inteiro devido às pressões inflacionárias da guerra na Ucrânia.