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Membro do tribunal da Receita pediu R$ 1,5 milhão para julgar fusão Itaú Unibanco

Roberto Setubal (à esq.), do Itaú, e Pedro Moreira Sales, do Unibanco, no anúncio da fusão - Alex Almeida/Folha Imagem
Roberto Setubal (à esq.), do Itaú, e Pedro Moreira Sales, do Unibanco, no anúncio da fusão Imagem: Alex Almeida/Folha Imagem

07/07/2016 13h50Atualizada em 07/07/2016 16h44

São Paulo - O membro do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) João Carlos Figueiredo Neto, preso em flagrante na noite de quarta-feira (6) pela Polícia Federal, exigiu R$ 1,5 milhão de propina.

Conselheiro orador do processo de fusão Itaú Unibanco, Figueiredo Neto foi detido por extorsão no café Suplicy do Shopping Iguatemi em Brasília por volta das 21h.

Segundo a PF, a operação se deu a partir de denúncia de uma empresa privada de grande porte no momento em que o conselheiro solicitou vantagens para proferir decisão favorável e influenciar em julgamento de processo administrativo no âmbito do Carf --uma espécie de tribunal que julga disputas na Receita Federal.

Em nota divulgada nesta quinta-feira (7), o Itaú Unibanco disse que foi "vítima de conduta inadequada do conselheiro do Carf". "Dados os princípios éticos e de transparência que norteiam nossa atuação, voluntariamente reportamos os fatos às autoridades competentes, que passaram a monitorar as atividades do Conselheiro, culminando em sua prisão no dia de ontem. Com essa atitude, esperamos ter contribuído com a identificação de conduta contrária à ética e à lei", diz a nota. 

Momento oportuno

O flagrante se deu no curso de Ação Controlada deferida judicialmente pelo juiz federal Marcus Vinícius dos Reis Bastos, da 12ª Vara Federal da Seção Judiciária do Distrito Federal, com base em representação da Polícia Federal, para que fosse aguardado um momento mais oportuno do ponto de vista da produção de prova.

O nome da operação é baseado na proposta inicial feita pelo investigado para um representante da instituição financeira, para que a elaboração do voto fosse feita a "quatro mãos".

Apesar da semelhança, a ação ocorreu independentemente das investigações feitas pela operação Zelotes.