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Brasil agora tem economia com cada vez maior previsibilidade, diz Meirelles

Mariana Sallowicz e Vinicius Neder

Rio

12/05/2017 17h59

O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou nesta sexta-feira, 12, que, com mais previsibilidade na economia, resultante de medidas do governo Michel Temer, a recessão já terminou. "Já saímos da maior recessão da história do Brasil", disse, em entrevista coletiva após participar de almoço com empresários no Rio.

Ele destacou a desaceleração da inflação, com o IPCA abaixo da meta perseguida pelo Banco Central (BC) no acumulado em 12 meses até abril. Para Meirelles, isso significa a normalização da economia brasileira. "As condições estão dadas, agora cabe aos empresários investir", disse Meirelles, frisando que "estamos no caminho certo, mas no início ainda".

Tanto na entrevista quanto no discurso do evento, Meirelles afirmou que a inflação controlada permite um aumento do poder de compra e da renda dos trabalhadores.

IBC-Br

O ministro da Fazenda afirmou em discurso que já é esperado que o IBC-Br, indicador de atividade do Banco Central, seja negativo em março. Mesmo assim, para o primeiro trimestre, a expectativa é de alta. Segundo Meirelles, os dados positivos de janeiro e fevereiro compensarão março.

"Nossa expectativa é que o IBC-Br seja acima de 1% no primeiro trimestre sobre o último trimestre do ano passado. É a previsão da maioria dos economistas", disse o ministro, ressaltando que a expectativa é baseada em projeções do mercado e não da Fazenda.

No discurso, em evento no Rio, o ministro disse que há evidências de que a economia cresceu no primeiro trimestre, como os indicadores de consumo de energia, produção de aço e de automóveis e de papelão ondulado.

Ao comentar a perspectiva de crescimento no primeiro trimestre durante o discurso, Meirelles destacou o "desempenho excepcional" da agricultura. Para o ministro, o setor é um exemplo de modelo de negócios para o País buscar o crescimento com ganhos de produtividade. Meirelles destacou que o crescimento da agricultura se deu com investimento de capital, tecnologia e inserção internacional.

Meirelles reconheceu, porém, que o mercado de trabalho demorará mais para reagir à recuperação. Em entrevista, o ministro previu que uma melhora do emprego ficará para o segundo semestre do ano.

No fim do discurso, o ministro adotou tom otimista, lembrando que o País está em tratativas para aderir à Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e defendendo as reformas microeconômicas, como os ajustes na lei de recuperação judicial. "A crise histórica é uma histórica", afirmou Meirelles.

Transparência

Meirelles disse ainda que o Brasil está passando por um novo momento de transparência e que as investigações em geral são extremamente positivas para o País. A avaliação foi feita após ser questionado a respeito da operação da Polícia Federal desta sexta, a respeito de aportes do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) na JBS.

"Precisamos passar essa fase e cada vez mais reforçar as instituições no Brasil", comentou. Ele afirmou ainda que ira aguardar para saber quais são as conclusões das investigações. "Faz parte do Estado de direito e da democracia", acrescentou.

O ministro destacou também que a atual presidente do BNDES, Maria Silvia Bastos Marques, não tem responsabilidade sobre questões do passado. A respeito da liberação de empréstimos pelo BNDES, disse que a retomada da economia vai gerar a retomada de projetos. "A partir daí o BNDES vai voltar a emprestar em toda a dimensão".

Ele disse que um dos pontos fortes da administração do BNDES hoje é a "capacitação técnica e alta reputação" de Maria Silvia.