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2 meses após Carne Fraca, PF faz nova operação por corrupção em frigorífico

Chegada de malotes da Operação Lucas na sede da Polícia Federal, em São Paulo - Estadão Conteúdo/Marivaldo Oliveira
Chegada de malotes da Operação Lucas na sede da Polícia Federal, em São Paulo Imagem: Estadão Conteúdo/Marivaldo Oliveira

Fausto Macedo e Julia Affonso

São Paulo

16/05/2017 07h37Atualizada em 16/05/2017 11h34

A Polícia Federal (PF) deflagrou na manhã desta terça-feira (16) a Operação Lucas, que investiga crimes de corrupção envolvendo servidores do Ministério da Agricultura, Agropecuária e Abastecimento (Mapa), frigoríficos e empresas de laticínios.

A nova investigação acontece dois meses após a Operação Carne Fraca, em que a Polícia Federal revelou um esquema de pagamento de propina a fiscais agropecuários para liberar carnes sem fiscalização. Segundo a PF, empresas teriam usado substâncias para 'mascarar' a aparência de carnes estragadas.

Na Operação Lucas, a PF informou, em nota, que cerca de 120 policiais federais cumprem 62 mandados judiciais, sendo 10 prisões temporárias, 16 mandados de condução coercitiva e 36 mandados de busca e apreensão nos Estados de Tocantins, Pará, Maranhão, São Paulo e Pernambuco, além do bloqueio de contas bancárias e indisponibilidade de bens móveis e imóveis nos valores de R$ 2,2 milhões de reais.

A investigação começou após denúncia de que frigoríficos e empresas de laticínios fiscalizadas teriam sido favorecidos em processos administrativos, por meio do retardamento na tramitação e anulação de multas.

A PF apurou, por meio de quebras de sigilos fiscal e bancário, que a chefe de fiscalização do Mapa, à época dos fatos, recebia de empresas fiscalizadas valores mensais para custear despesas familiares. Apenas em sua conta pessoal a investigação identificou a diferença de mais de 200% do declarado em seu Imposto de Renda. Também foi detectado que o esquema criminoso movimentou cerca de R$ 3 milhões, entre os anos de 2010 a 2016.

Os investigados, na medida de suas participações, poderão responder pelos crimes de corrupção passiva e ativa, cujas penas podem chegar a 12 anos de reclusão.

O nome da operação faz referência à passagem Bíblica do livro de Lucas que diz: "Não peçais mais do que o que vos está ordenado" e "A ninguém trateis mal nem defraudeis, e contentai-vos com o vosso soldo".