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Fitch reafirma rating do Brasil em BB, mas alerta para risco de rebaixamento

Sergio Caldas

São Paulo

19/05/2017 12h12

A Fitch reafirmou nesta sexta-feira, 19, o rating do Brasil, mas apontou que a nota de crédito é pressionada pela fraqueza estrutural de suas finanças públicas e limitada pelos recorrentes episódios de instabilidade política, que têm consequência negativa para a economia do país.

Os ratings de longo prazo do Brasil, em moedas estrangeira e local, foram mantidos em BB. Já os ratings de curto prazo em moedas estrangeira e local foram reafirmados em B. O teto do país, por sua vez, continua sendo BB+.

Além disso, a Fitch manteve a perspectiva negativa dos ratings, devido a contínuas incertezas sobre a recuperação econômica do Brasil e sobre o progresso da agenda legislativa.

Alerta

Em comunicado, a Fitch também alertou que o rating brasileiro poderá ser rebaixado, se o governo não conseguir frear o avanço da dívida pública e apontou que recentes eventos políticos relacionados ao presidente Michel Temer podem prejudicar a confiança na recuperação econômica do Brasil. Já um fraco desempenho da economia afetaria as receitas do país.

Segundo a Fitch, o ressurgimento da volatilidade política que distrai a atenção do progresso das reformas econômicas, necessárias para a melhora da perspectiva de crescimento, é um fator de risco para a nota de crédito soberana.

Previsões

Na avaliação da Fitch, o Brasil irá superar a recessão dos dois últimos anos e crescer 0,5% em 2017, antes de garantir taxa de crescimento mais robusta no próximo ano, de 2,5%, em parte favorecido pelo impacto do afrouxamento na política monetária.

A Fitch prevê ainda que o déficit do setor público administrativo deve atingir cerca de 8% do Produto Interno Bruto (PIB) no período de 2017 e 2018, ante cerca de 9% do PIB em 2016. A carga da dívida do governo brasileiro chegou a 69,9% do PIB em 2016, ante média de 50% do PIB de outros países com rating BB.

A agência estima que a dívida pública continuará subindo, chegando a cerca de 80% do PIB em 2018.