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China e Rússia unem forças para construir avião de passageiros

Divulgação
Imagem: Divulgação

Xangai

23/05/2017 20h39

A China e a Rússia uniram forças para construir um grande avião de passageiros, voltado a concorrer com a Airbus e a Boeing, no mais recente sinal de fortalecimento dos laços entre os dois países.

A gigante estatal Commercial Aircraft da China e a russa United Aircraft afirmaram que formarão uma aliança para construir o avião de 280 lugares, que deve entrar em operação em meados ou no fim dos anos 2020. O acordo foi firmado em uma cerimônia em Xangai na segunda-feira, formalizando planos estabelecidos em um memorando de 2016.

A China e a Rússia vinham desenvolvendo jatos rivais, a fim de enfrentar o duopólio das duas empresas no mercado de aeronaves grandes de passageiros.

O chinês C919 voou pela primeira vez no início de maio, enquanto o russo MC-21 deve realizar seu voo inicial dentro de poucos meses. As duas aeronaves enfrentam incertezas futuras na comercialização, segundo analistas, graças à dominância da americana Boeing e da europeia Airbus e de suas vantagens técnicas, incluindo a maior eficiência no uso do combustível.

A união dos dois países ocorre para compartilhar conhecimento e recursos no desenvolvimento de uma aeronave maior, que a China chama de C929. Além do potencial comercial, o fato representa também uma aproximação entre Pequim e Moscou, acelerada nos governos dos presidentes Xi Jinping e Vladimir Putin.

"A China precisa de tecnologias militares e dos recursos energéticos da Rússia e esta necessita da ajuda financeira da China", disse Zhang Baohui, professor da Universidade Lingnan em Hong Kong. "Eles querem redesenhar a ordem global", afirmou ele, "desenvolver uma parceria estratégica genuína para contrabalançar o poder dos EUA".

A joint venture para a fabricação da aeronave será sediada em Xangai, mas com presidente russo e gerente-geral da China, informaram os parceiros em comunicado. O avião deve ser construído na cidade chinesa. Não foram divulgados detalhes financeiros do negócio. Fonte: Dow Jones Newswires.