Carnes: ABPA diz que confia no governo para prestar esclarecimentos à UE
A ABPA também ressaltou, na nota, que é preciso esclarecer que a proporção de "desvios biológicos notificados" segue "padrões normais e considerados aceitáveis pelos diversos produtores avícolas mundiais, como é o caso da própria União Europeia". E, "neste sentido, assim como o Bloco Europeu, o setor de proteína animal do Brasil atua com total dedicação à qualidade de seus produtos, como também pela preservação de seu status sanitário - sendo o único grande produtor mundial a nunca registrar casos de influenza aviária e outras enfermidades, o que é um diferencial no mercado internacional", comentou a entidade.
Conforme revelou o jornal "O Estado de S. Paulo" na segunda-feira, a Comissão Europeia enviou uma carta ao ministro da Agricultura, Blairo Maggi, deixando claro sua preocupação após auditoria realizada em maio em fazendas e frigoríficos brasileiros. A missão foi enviada em seguida à eclosão da Operação Carne Fraca, em março, revelando corrupção envolvendo fiscais. "Como o resultado da auditoria não foi considerado satisfatório, a comissão indicou que novas ações eram necessárias por parte das autoridades brasileiras", disse a UE, acrescentando que mesmo após a Carne Fraca, o governo brasileiro não implementou o prometido (em relação a controles sanitários mais rigorosos).
A auditoria descobriu mais de cem casos de contaminação da carne brasileira e Bruxelas ameaça, agora, impor novas restrições aos produtos. Entre elas, a Europa quer agora que o Brasil interrompa toda a exportação de carne de cavalo para o continente. Também exige que nenhuma nova empresa solicite entrar na lista de exportadores de frango ou carne bovina. Das empresas que ainda têm o direito de vender, a Europa vai exigir testes microbianos em 100% das exportações. Todos os contêineres terão de ser acompanhados por certificados de saúde antes mesmo de deixar o Brasil.
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