Petros terá taxa extra para cobrir deficit
Funcionários e aposentados da Petrobras, além da própria estatal, vão começar a pagar em janeiro pelo deficit bilionário acumulado pela fundação de seguridade social dos empregados da petroleira, a Petros.
A contribuição extra, que deve ser quitada ao longo de vários anos, será de R$ 17 bilhões a R$ 24 bilhões, afirmou o presidente da Petros, Walter Mendes, em entrevista exclusiva ao 'Estadão/Broadcast'.
O executivo adiantou que a intenção é cobrar dos contribuintes valor superior ao piso de R$ 17 bilhões, para evitar novos plano de ajuste de contas caso a Petros volte a registrar deficits.
Em dezembro do ano passado, faltaram R$ 26 bilhões para fechar as contas. O plano de equacionamento do deficit deve ser comunicado aos participantes em novembro, mas a cobrança, inclusive de aposentados, só vai acontecer após 60 dias. Metade da conta será paga pela Petrobras e a outra metade, pelos seus funcionários.
Alvo de uma CPI no Congresso e da Operação Greenfield, da Polícia Federal, que investiga desvios de recursos em investimentos suspeitos, a Petros já saiu do 'fundo do poço', segundo Mendes.
"Setembro foi o momento mais complicado. Ministério Público e Polícia Federal estiveram aqui num dia e nunca mais vieram. Fomos até eles para demonstrar transparência, ganhamos confiança e nosso relacionamento tem sido muito bom", disse.
O principal alvo da Greenfield foi o Fundo de Investimento em Participações (FIP) Florestal, criado para financiar a Eldorado Celulose, controlada pelo grupo J&F, que tem como um dos sócios Joesley Batista, o empresário que acusou o presidente Michel Temer de participar de esquema de corrupção. Apenas esse ativo provocou perda de R$ 745 milhões à Petros em 2016.
Defesa
Em teleconferência para apresentar o resultado de 2016 aos participantes, Mendes afirmou que a fundação apresentou sete notificações à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) apontando irregularidades na atividade de administradores e gestores de fundos estruturados.
Além disso, afirmou, a Petros está "contratando escritório de advocacia para tomar as medidas cabíveis contra as partes apontadas em relatórios de auditorias externas".
Assim, vai buscar o ressarcimento por possíveis desvios de recursos e a defesa da imagem da fundação. "Nem sempre o ressarcimento será possível. Nem sempre os ativos têm valor para ressarcir todo investimento feito.
Existe um volume grande de investimentos que está a zero no nosso balanço. Outros vão perdendo valor ao longo do tempo", afirmou. Ele acrescentou ainda que há a expectativa de alguma recuperação de investimentos estruturados, "mas, infelizmente, não é muita".
Hoje, a Petros não possui exposição à JBS, informou. O último lote de ações foi vendido em janeiro deste ano. Mendes nega que tenha abandonado o investimento prevendo o envolvimento da empresa na Lava Jato.
A ideia, segundo ele, era reduzir a participação da renda variável no PPSP. "Não prevíamos problema. A gente pode ter atirado no que viu e acertado no que não viu", afirmou. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.