FGV: confiança de serviços cai 2,8 pontos em junho, para 81,9 pontos
Vinicius Neder
Rio
30/06/2017 10h06
"A intensificação da tendência de ajuste nas expectativas, que vinha sendo observada desde o início do segundo trimestre, foi muito provavelmente influenciada pela turbulência no ambiente político a partir do 17 de maio. As avaliações sobre a situação corrente também foram afetadas, com o índice interrompendo uma sequência de três meses de alta", diz a nota divulgada há pouco pela FGV.
Segundo a entidade, a principal contribuição para a queda do IE-S em junho foi dada pelo indicador que mede as expectativas em relação a "Demanda nos três meses seguintes", que recuou 5,3 pontos, para 84,7 pontos. A maior contribuição para a queda do ISA-S veio do indicador de Situação Atual dos Negócios (-0,7 ponto, para 78,3 pontos).
A piora da confiança foi generalizada, com queda no ICS em nove das 13 atividades pesquisadas. O Nível de Utilização da Capacidade Instalada (Nuci) do setor de serviços caiu 0,9 ponto porcentual em junho ante maio, para 81,5%, o menor nível da série histórica da FGV.
Entre os fatores que vêm sendo apontados como entrave à atividade das empresas, o quesito "Demanda insuficiente" continua liderando as reclamações, tendo sido apontado por 39,4% das empresas em junho. Em segundo lugar, vem a opção de resposta aberta ("outros fatores"), marcada por 33,5% das empresas.
Segundo a FGV, ao classificar as respostas livres de "outros fatores" em duas grandes categorias, "Clima Econômico" e "Clima Político", "observa-se um forte indicativo da influência do ambiente político na avaliação das empresas sobre o rumo dos negócios em junho".
"A citação ao Clima Político como um fator limitativo supera, pela primeira vez desde outubro de 2014, período de eleições, o Clima Econômico, o que reforça a interpretação de que a piora das expectativas esteja relacionada aos eventos de 17 de maio", diz a nota da FGV.
Por isso, para a FGV, "ao final do primeiro semestre, ampliam-se os sinais de manutenção de um cenário de atividade fraca, adiando uma fase mais clara de recuperação do setor".
A coleta de dados para a edição de junho da sondagem foi realizada entre os dias 1 e 27 deste mês, com 1.986 empresas.