Gabinete de Segurança Institucional avalia quadro geral de paralisação
Ele lembrou que o governo assinou um acordo com várias entidades de caminhoneiros na quinta-feira, 24, à noite e os líderes deveriam ter conseguido começar a resolver o problema, com o fim da paralisação, mas eles não conseguiram nada e o acordo não foi cumprido. "Estamos avaliando o que está acontecendo, qual a intensidade do movimento e dos bloqueios, qual a tendência dele", afirmou ele, informando que convidou para esta reunião ministros e representantes da Casa civil, Defesa, Segurança Pública, Advocacia da União, Transportes e entre outros.
O ministro não quis falar sobre a possibilidade deste movimento ser uma espécie de locaute, que é quando os empresários de um setor comandam paralisações, o que é proibido por lei.
O jornal O Estado de S. Paulo apurou, no entanto, que a o governo avalia sim esta possibilidade porque não acredita que o movimento tenha tomado tal proporção apenas por iniciativa dos caminhoneiros, sem apoio dos patrões. Desde a terça-feira essa possibilidade está sendo avaliada e a Polícia Federal vai investigar o possível locaute.
Mas o Planalto avalia que, se não houver de fato locaute, não é este apenas o problema porque metade da categoria é formada por autônomos e estes também estão paralisados e não seguiram o acordo assinado na quinta com o governo. Desde o fim de semana o governo teve informações dos órgãos de inteligência sobre o movimento, não previu que ele pudesse chegar a esse ponto de tamanha preocupação, como explicou um interlocutor direto do presidente. "A situação está ficando muito crítica", comentou esse assessor presidencial.
O ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, por sua vez, reconheceu que há dados que apontam a possibilidade de que a greve dos caminhoneiros seja um locaute. Mas não quis entrar em detalhes sobre que informações teriam para fazer tal avaliação.
O governo sabe que existem o que chama de "oportunistas" que estão participando dos movimentos e temem que a situação fuja do controle e possa levar também a população às ruas, já que o acordo atende apenas a questão do óleo diesel, deixando de lado a gasolina, que está com seu preço liberado, atingindo níveis abusivos em vários locais.
Ainda nesta sexta, no Planalto, será realizada também uma reunião do presidente Michel Temer com os secretários de fazenda dos Estados. O governo quer que os Estados, que cobram ICMS de parte expressiva de imposto do diesel deem sua contribuição e também reduzam sua margem de cobrança para ajudar a solucionar o problema.
A Casa Civil vai voltar a procurar os lideres dos movimentos para fazer novo apelo para que consigam convencer seus companheiros a voltar ao trabalho. O governo teme que a paralisação prossiga por mais tempo e aí sim se instale o caos no País.
Embora evitem falar em caos , o sentimento é de que a situação pode começar a sair do controle.
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