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Indústrias de alimentos voltam à ativa

Fernando Scheller e Nayara Figueiredo

São Paulo

30/05/2018 07h00

As grandes indústrias de alimentos do País chegaram a uma situação-limite e estão empenhadas em retomar a atividade das fábricas e a distribuição de produtos. Na terça-feira, 29, a catarinense Aurora anunciou que, após quatro dias de paralisação, os funcionários vão voltar ao trabalho nesta quarta-feira, 30. A ideia da empresa é cumprir a determinação da Justiça de retorno às atividades. Ao jornal O Estado de S. Paulo, a empresa afirmou que a Aurora negociará com caminhoneiros e recorrerá à força policial, se necessário, para garantir o escoamento da produção.

A Aurora está enfrentando problemas tanto no campo, onde tem suínos e aves prontos para o abate, quanto nas unidades produtivas, onde há estoques de alimentos prontos que precisam ser escoados. A cooperativa Aurora é formada por 70 mil famílias rurais, 12 cooperativas agropecuárias e 16 plantas industriais, que processam 1 milhão de aves, 20 mil suínos e 1,6 milhão de litros de leite por dia.

A BRF, da mesma forma, passou a terça-feira empenhada em garantir o transporte de ração para suas unidades de criação e a entrega de animais vivos às unidades de criação. Fonte próxima à empresa afirmou que funcionários foram até os pontos de concentração de caminhoneiros nas estradas para negociar a liberação de cargas. Em alguns pontos, a companhia se deparou com manifestantes agressivos, recorrendo, nesses casos, ao apoio das polícias militar e rodoviária.

Consultada pela reportagem do jornal O Estado de S. Paulo e do Broadcast (serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado), a empresa disse que os esforços estão concentrados sobretudo na garantia de alimentação aos animais. A BRF, que é dona das marcas Sadia e Perdigão, disse que, após o fim das manifestações, os prejuízos serão medidos e informados ao mercado.

Líder no setor de carne bovina no mundo, a JBS - proprietária das marcas Friboi e Seara - informou que retomou parcialmente as atividades de unidades que haviam sido paralisadas totalmente.

Aos poucos

De acordo com uma fonte do setor de alimentos, no entanto, a situação não deve ser normalizada até o fim da semana. Em virtude dos diferentes insumos necessários ao abastecimento de uma grande indústria de alimentos processados - diferentes tipos de proteína animal, embalagens e demais insumos -, só seria possível voltar à carga total de produção entre quatro dias e uma semana após a normalização da situação nas estradas. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.