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Analistas avaliam acordo Boeing/Embraer como positivo, mas esperam valorização

Karin Sato e Letícia Fucuchima

São Paulo

05/07/2018 12h59

Os termos do acordo entre Boeing e Embraer anunciados nesta quinta-feira (5), que detalham a estrutura da eventual parceria entre elas, foi bem avaliado pelo banco Safra.

"Ainda vamos investigar mais a fundo o anúncio, porém nossa primeira leitura é positiva. O acordo avalia a unidade de aviação comercial da Embraer em US$ 4,57 bilhões, valor próximo da capitalização de mercado da Embraer ontem [quarta-feira, 4], de US$ 4,8 bilhões, implicando uma avaliação abaixo do mercado para os outros segmentos da Embraer, como a aviação executiva e defesa", escreve o analista Lucas Marquiori.

Já a primeira leitura dos analistas do BTG Pactual sobre o acordo é de que o "valuation" (valor estimado) do segmento de aviação comercial ficou abaixo do esperado, embora conte com "upside" (potencial de valorização) em relação ao preço atual da fabricante de aeronaves.

Os analistas pontuaram que o acordo avalia o valor da divisão de aviação comercial da Embraer no mesmo patamar do valor de mercado atual da empresa. Isso significa que os acionistas da Embraer poderão ter acesso a um potencial de valorização, no que se refere aos segmentos de defesa e executivo e às sinergias da nova empresa, a partir de agora.

Contudo, o mercado ainda precisará avaliar as implicações fiscais e como o pagamento de US$ 3,8 bilhões ocorrerá, assim como a maneira com que os recursos serão usados. "Achamos que a maior parte do valor líquido deve ser distribuída como dividendo especial aos acionistas da Embraer", citam os analistas, em comentário a clientes.

"Com alguns pressupostos preliminares, chegamos a um valor do ativo líquido (NAV, na sigla em inglês) justo para a Embraer nos níveis de US$ 30 a US$ 32 por ADR (cerca de 20% dos preços atuais), atribuindo um valor líquido de pós-sinergias de US$ 5 bilhões à divisão de aviação comercial da Embraer (monetização de 80% + 20% de sinergias + alguma reavaliação sobre os 20% restantes) e cerca de US$ 1 bilhão para o valor patrimonial dos negócios de defesa e executivo", acrescenta.

Acordo

Após meses de negociações, Boeing e Embraer anunciaram que chegaram a um acordo para a criação de uma nova empresa, que vai envolver os negócios de aviação comercial da Embraer.

A nova companhia, que nasce avaliada em US$ 4,75 bilhões, terá uma participação de 80% da Boeing e de 20% da empresa brasileira. Pelo acordo, a Boeing pagará US$ 3,8 bilhões à Embraer.

As áreas de defesa e segurança e de jatos executivos ficaram de fora do acordo. As duas empresas informaram, porém, que vão criar uma outra joint venture para a área de defesa, mas sem especificar os termos dessa parceria.